segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O sonho de um amigo navegador.


Vejo as pessoas falarem de suas viagens. Viajar, realmente, é maravilhoso. Ver paisagens novas, coisas novas, e pessoas novas, tudo isso renova a nossa vida.

Confesso que passei a gostar de viajar a passeio de uns anos para cá, pois sempre viajei muito a trabalho, e viajar sempre foi sinônimo de trabalho. Eu achava que era um dinheiro posto fora, pois ficavam só as lembranças, e você não tinha como recuperar esse investimento, pelo menos de uma forma tangível. Mas as pessoas mudam, e eu também mudei radicalmente minha opinião.

Planejo fazer muitos roteiros interessantes, e já tenho uma lista enorme deles. Muitos, com certeza, será com pessoas especiais, pois uma viagem passa a ter um significado diferente quando se está com as pessoas certas, na hora certa, no lugar certo. Assim, a viagem passa a ser um link na memória, e lembraremos dessas pessoas para sempre, e tudo será inesquecível para nós. Até mesmo na cidade em que vivemos, lugares ficarão imortalizados e terão um significado diferente, quando tivermos tido momentos inesquecíveis com uma pessoa especial, nesses lugares.

Existe uma infinidade de lugares no mundo e culturas diferentes para se conhecer. Alguns comuns, que a história e a mídia imortalizaram, e outros poucos comuns. Admito que os lugares pouco comuns me fascinam muito, ou seja, aqueles que poucas pessoas conhecem. Mas viajar, seja para onde for, faz bem para a alma de qualquer pessoa.

Gosto muito de ouvir histórias de viagens. Vejo como há uma diversidade enorme de opiniões sobre os lugares visitados. Alguns gostam de um determinado lugar, e outros decepcionam-se com os mesmos lugares. Tudo depende da pessoa que está viajando, da companhia, e do significado daquela viagem para nossas vidas. Já vi muitas pessoas dizerem que se decepcionaram ao visitarem o arquipélago de Fernando de Noronha, por exemplo. E outras, simplesmente, amaram. Onde está a diferença? Claro que não é em Fernando de Noronha, mas, sim, nas pessoas, no momento em que elas estão vivendo, e, principalmente, no olhar de cada um. Acho que aqueles que não gostaram do arquipélago, é porque planejaram mal a viagem. Alguns amigos que aproveitaram esta viagem na sua totalidade me contaram que somente 20% da beleza da ilha está na superfície, pois os outros 80% da sua beleza está no fundo do mar. Dizem que mergulhar na ilha é uma experiência indescritível. No local, a ilha tem toda uma infraestrutura para mergulho, equipamento, filmam e fotografam seu mergulho, bem como seu contato com a natureza, e que possui uma beleza sem igual. Entre outras aventuras que pretendo fazer, mergulhar é um sonho que eu tenho, e que vou realizar qualquer hora dessas. Já ouvi falar de outros lugares como Parati no Rio de Janeiro, ou das ilhas gregas, que também são paraísos submarinos, em que a beleza submersa é tão ou mais linda que a beleza na superfície.

Mas o queria contar hoje, nessa mesa de bar, é sobre uma viagem inusitada que um amigo e ex colega de empresa está fazendo, bem como a maneira pela qual nos encontramos, quando ele me contou da sua viagem, o que foi muito interessante. Eu estava caminhando pelo centro de Porto Alegre, e nos cruzamos, casualmente. Fazia três meses que ele estava aposentado, e disse que estava em viagem. Como ele poderia estar em viagem, se nos encontrávamos naquele momento? Imediatamente, convidei-o para tomar um café e me contar essa história.

Esse colega fez uma linda carreira na empresa em que eu trabalho. Trabalhamos juntos na engenharia, pois ele é arquiteto e eu engenheiro. Em sua trajetória profissional, chegou a ser Diretor de Tecnologia. Aposentou-se moço, e teve mais de um casamento. Em nenhum dos casamentos teve filhos. Antes de aposentar-se, teve seu último e mais recente casamento, da qual nasceu seu primeiro filho, um gurizinho, que sempre foi o seu sonho. Ele sempre gostou de velejar, e alguns anos atrás comprou um veleiro. Um barco grande, que possui uma cabine confortável, um pequeno apartamento de um dormitório. Pois bem, durante uns 5 anos antes da aposentadoria, aprendeu a velejar e velejou bastante, sempre nas águas do Rio Guaíba, aqui em Porto Alegre, e nas águas da Lagoa do Patos no RS. Pegou alguma experiência em navegação, e já tinha planos pós aposentadoria de fazer a sua viagem de sonhos.

Sentamos no café, e ele começou a me contar essa história de viagem. Disse que depois de se aposentar, pegou a mulher e o filhinho, embarcou no veleiro, e zarpou pelo Rio Guaíba, cruzando a Lagoa dos Patos, e entrando no Oceano Atlântico, através do Porto de Rio Grande/RS. Inicialmente, a viagem não teve paradas, e navegou alguns dias pela costa gaúcha e catarinense, até Florianópolis em Santa Catarina. Sua primeira parada foi em Florianópolis, onde ancorou seu barco, abasteceu com mantimentos, e visitou as 42 praias da ilha, e assim ele está viajando. Disse-me que já está no litoral do Rio de Janeiro, com seu barco ancorado, e que o destino final é Fernando de Noronha, sendo que a viagem de volta vai ser mais cansativa, pois vai voltar direto, ou melhor, com poucas paradas, só para abastecer o barco com mantimentos. Ele já está há meses viajando, acordando em alto mar, ou ancorado em alguma praia diferente desse nosso lindo litoral. Que maravilha isso! Aí eu perguntei o que ele estava fazendo em Porto Alegre, então? E ele me respondeu que seguidamente vem à POA, pelo menos uma vez por mês. Deixa seu barco ancorado em alguma praia do Brasil, pega algumas roupas, a mulher e o filhinho, e voa para Porto Alegre, para ver como está sua casa, e pagar algumas contas. Disse, também, que vai ficar uns 2 anos nessa "vidinha difícil", pois quando seu filho tiver 5 anos terá que ir para o colégio.

Quanto ao custo de vida nessas condições, ele me disse que não é nada exorbitante, que o mais caro são as passagens aéreas, já que ele viaja uma vez por mês de alguma parte do Brasil para Porto Alegre. Na verdade, o custo da viagem é como se ele e sua família estivessem vivendo em Porto Alegre, já que ele carrega sua casa para os lugares por onde anda. O investimento inicial foi do veleiro, que também é acessível para qualquer mortal, sendo comparado ao custo de um carro intermediário. É só ter o sonho e priorizar investimentos.

Conversamos mais um pouco, e nos despedimos. Eu voltei à minha rotina de trabalho, e ele à sua merecida aposentadoria.

E tem gente que não sabe o que fazer quando se aposenta. Claro que, quem não tem uma aposentadoria complementar, e tem que viver com a miséria do INSS na aposentadoria, já tem outra realidade. Mas isso valeria, quem sabe, um outro post.

Boa sorte, JR! Continue aproveitando bem o resto da sua vida, e boa viagem, meu amigo navegador!


P.S.: Para quem quiser acompanhar a viagem do meu amigo navegador, ele está fazendo um Diário de Bordo em forma de blog.

Acesse: http://veleiroeasygoing.blogspot.com

sábado, 6 de novembro de 2010

Tudo é falta de tempo?


Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas aos meus amigos da blogsfera, que já são tantos, pela minha ausência do BAR DOS NAVEGADORES. São tantas demosnstrações de carinho que tenho recebido, através de comentários e e-mails, de amigos que sentem a minha ausência do BAR. A estes gostaria de agradecer, profundamente. É para vocês que escrevo sempre, pois é muito gostoso saber que você está no pensamento de alguém, mesmo à distância. É uma amizade fantástica e, mesmo ausente do blog, gostaria de dizer que cada um de vocês é muito especial para mim.

Tenho, realmente, sentido um pouco a falta de tempo, mas a falta de postagens fez-me refletir sobre esse assunto tão simples e comum a todos: a falta de tempo.

O tempo é o único bem que é dado a todos igualmente, porém, essa administração depende de cada um. Por isso, não aceito desculpas de falta de tempo, nem de mim mesmo, nem das outras pessoas, pois tudo é uma questão de prioridade. Você prioriza algumas coisas em detrimento de outras. Quando uma pessoa dá a desculpa que não teve tempo de fazer algo, que não foi àquele encontro com os amigos, ou que não tem tempo de assumir um determinado compromisso, o que ela está lhe dizendo, na verdade, é que ela tem outras prioridades.

Mas, é impressionante como as pessoas costumam, ainda, usar a falta de tempo como a desculpa mais esfarrapada do mundo para todas as situações, sem dar-se conta que estão dizendo para outra pessoa que não fizeram determinada coisa, porque priorizaram outras.

O tempo não é a melhor desculpa, ou melhor, é a pior desculpa do mundo.

Posso dizer para vocês que minha vida anda muita corrida, mesmo. Estou fazendo minha segunda especialização, e mais dois cursos, simultaneamente. Trabalho 8 horas por dia, e ainda tenho que que fazer trabalhos desses cursos. Estou priorizando essas coisas? É claro que estou, e nem por isso vou dizer que não tenho tido tempo para escrever. E pensando sobre essas coisas, passei a refletir o porquê não estava escrevendo mais no blog, se estava priorizando outras coisas em detrimento do BAR DOS NAVEGADORES, e cheguei a uma simples conclusão: vocês, meus amigos, são muito importantes para mim, e minha ausência não se dá por falta de tempo. Com vocês tenho compartilhado textos e lido idéias muito legais, além da amizade que temos feito e cultivado, e que para mim independe da minha presença ou não aqui na blogsfera. A verdade é que ando meio sem assunto, sem inspiração, e não que não tenham acontecido coisas interessantes para compartilhar, mas não sei ainda por que está ocorrendo essa falta de inspiração para escrever. Talvez, muito de vocês que tem blog saibam do que eu estou falando, pois já vi muitos de meus amigos blogueiros passarem pela mesma situação. Até escritores famosos, que tem obrigação de escrever uma coluna diária ou semanal, tem esse problema, por que nós não o teríamos?

Mas enfim, meus amigos! Eu quero agradecer a cada um de vocês por fazerem parte da minha vida, por sentirem a minha falta, e dizer a todos que vocês são muito especiais, e que não tenho aparecido por falta de inspiração, de uma certa introspecção, mesmo, que vocês, meus amigos, são prioridade para mim, e que não tenho aparecido por algum motivo que ainda não consegui identificar, precisamente. Estou bem, estou preparando o futuro, e quero dizer que sinto muita falta de vocês, também, mas aprendi a respeitar os meus momentos.

Esse BAR DOS NAVEGADORES é muito especial para mim, por causa de vocês.

Um abraço a todos os meus melhores amigos: os meus amigos blogueiros...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O desabafo do poeta.


POEMA EM LINHA RECTA



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisso tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semi-deuses!

Fernando Pessoa
Imagem: Google

domingo, 29 de agosto de 2010

Pessoas que fazem parte de nossas vidas.


Pessoas entram na sua vida,
por uma RAZÃO,
por uma ESTAÇÃO,
ou por uma VIDA INTEIRA.

Quando perceber qual motivo é,
você vai saber o que fazer com cada pessoa.

Quando alguém está em sua vida por uma RAZÃO,
É, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou.

Elas vêm para auxiliar em uma dificuldade, fornecer apoio e orientação,
ajudar física, emocional, ou espiritualmente.

Elas poderão parecer dádivas de Deus,
E são!

Elas estão lá pela razão que você precisa.
Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora incoveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer coisa para levar essa relação ao fim.

Às vezes, essas pessoas morrem,
Às vezes, elas simplesmente se vão,
Às vezes, elas agem e te forçam a tomar uma posição.

O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas,
nossos desejos preenchidos,
e o trabalho delas feito.
As suas orações foram atendidas.
E agora, é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossas vidas por uma ESTAÇÃO,
É porque chegou a sua vez de dividir, crescer, e aprender.

Elas trazem para você a experiência da paz,
ou fazem você rir.

Elas poderão ensinar algo que você nunca fez.

Elas, geralmente, dão uma quantidade enorme de prazer.
Acredite!
É real!

Mas...
Somente por uma ESTAÇÃO.

Relacionamentos de uma VIDA INTEIRA,
Ensinam lições para a vida inteira.
Coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida.

Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa, e colocar o que você aprendeu, em uso, em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida.

É dito que o amor é cego,
Mas a amizade é clarividente.

As pessoas não passam na vida da gente por acaso,
ainda que seja o mais infeliz dos seres,
sempre temos algo a aprender ou ensiná-lo.

Só vamos saber o resultado desse encontro no final.




COMENTÁRIO DO BAR DOS NAVEGADORES:
Recebi essa mensagem de uma grande amiga, uma pessoa muito especial, e quero compartilhar esse texto com todos os meus amigos do blog.
Seja lá por qual motivo se deram cada um dos nossos encontros, mas cada um deles é muito especial.


Foto: Google imagens


domingo, 8 de agosto de 2010

Feliz Dia dos Pais, meu Pai!



Hoje é Dia dos Pais. Não sou muito adepto a essas datas, pois acho que Dia dos Pais, Dias das Mães, Dia dos Namorados, Dia das Crianças, entre outras, deveriam ser todos os dias. Mas, enfim, no fundo essas datas existem para estimular o comércio. Sem contar que o Dia dos Pais acaba criando um problema para as crianças que não têm um pai para dar um presente, ou porque elas não o conhecem, o pai já morreu, ou eles (pais) não se importam com elas (crianças). No colégio sempre fazem comemorações aos pais neste dia, e é triste de ver que tem crianças que não participam desses eventos por falta de pai, ou homenageiam um tio, um avô, ou outra pessoa como substituto. É assim mesmo, alguém acaba substituindo essa figura masculina do pai para essas crianças.

Neste dia eu sempre tenho muitas recordações da minha relação com meu pai, da minha relação com minha filha, e do sentimento lindo que é ser pai.

Lembro que a figura do pai é a do super herói, do homem que pode tudo, aquele homem que é o máximo para você, e que te influencia até nos gostos da tua infância. Por exemplo, minha filha curte as mesmas coisas que eu gosto, quer fazer igual, e tem-me como referência. Isso é uma responsabilidade muito grande, pois no futuro, provavelmente, ela escolherá um homem para casar ou ser seu companheiro, com base nessa referência masculina.

Quando a mãe da minha filha me deu a notícia de que eu seria pai, eu não acreditei e disse:
- Não brinca com essas coisas! Isso só acontece com os outros!
Porque, realmente, é uma coisa sublime ser pai, pois te dá um novo sentido e responsabilidade à vida.

Sempre que me diziam que minha vida iria mudar ao ser pai, e eu não acreditava nisso. Mas, a vida muda, mesmo! Você começa a pensar em um futuro mais a longo prazo, e não faz mais coisas que você faria se estivesse sozinho, pois agora você tem alguém que depende de você.

Eu tive a oportunidade de acompanhar o parto da minha filha, peguei-a no colo antes da mãe dela, levei-a nos primeiros instantes de sua vida, ao colo, para fazer os primeiros procedimentos pós-parto, e, também, fui mostrá-la aos familiares e amigos no visor de vidro, que eu chamo de vitrine, no hospital, logo após seu nascimento, todo orgulhoso. Acompanhei e acompanho todas as suas etapas de vida, como que revivendo muitas delas com sua infância.

Às vezes, quando estou triste, o que me consola e me arranca um sorriso é quando ela me beija e me diz: - Papai! Eu te amo! Você é o máximo!
Isso derrete o meu coração.

Estou aproveitando ao máximo o finalzinho da infância da minha filha, pois daqui a pouco vêm os namorados e outros interesses, mas sei que o meu espaço conquistado sempre estará lá, no seu coração.

Vejo que meu pai, o avô da minha filha, tem uma fascinação por ela. Ele faz coisas para a neta que não fazia para os filhos. Isso é uma característica de todos os avôs, pois uma vez li que você se torna avô quando está preparado para ser pai. Quando se é avô, acredito que você, realmente, está mais preparado para ser pai, pois tem mais tempo, muitas vezes já está aposentado, não tem mais a pressão do trabalho, tem mais tempo e experiência necessários para ser pai, podendo reviver tudo de novo o que você viveu com seus filhos, através de seus netos. É como se seu pai fizesse para você o que não fez, através de seus filhos.

Mas há um tempo em sua vida, quando você cresce, que você muda, que algumas referências do pai se perdem, o que é natural, pois você vê que ele não é um super herói, mas, sim, um ser humano como qualquer pessoa, com seus defeitos e limitações, e você o respeita, por toda a sua história de vida e lutas, e por ter te ajudado a ser quem você é.

Tem uma música, com letra e música do Fábio Júnior, que se chama "Pai", que eu acho linda, e que expressa todo o sentimento de um filho para com o pai, e que poderia resumir tudo o que eu queria dizer ao meu pai, neste Dia dos Pais:

Pai

Pai!
Pode ser que daqui algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais do que grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...


FELIZ DIA DOS PAIS, MEU VELHO PAI!!!


sábado, 31 de julho de 2010

O sétimo sentido.

Em recente viagem ao Chui, extremo sul do Brasil, cidade dos "free shops" uruguaios, comprei um vídeo game para minha filha. Em um outro momento falo dessa viagem, a qual vi coisas muito interessantes. Faz muito tempo que Nathália me pede um videogame NINTENDO WII BLACK, lançamento no EUA, que ainda não está a venda no Brasil . Fui ao Chui, não para comprar o video game, mas para passear, e conhecer a última fronteira do Brasil, tão citada em todo o país, quando refere-se a extensão territorial: "do Oiapoque ao Chui".

Quando vi o vídeo game funcionando, fiquei impressionado com a interatividade desses video games de última geração. Eles não tem mais, simplesmente, um controle cheio de botões ou joysticks, como até agora tinham. O controle do game faz parte, praticamente, do corpo da pessoa. É um controle que possue uma alça, com uma capa toda emborrachada para evitar choques, pois a interatividade é grande. Por exemplo, tem um jogo que tem um tiro ao alvo de arco e flecha. Nesse jogo você usa dois controles, um é o arco imaginário, e o outro é como se você segurasse a flecha. Você segura o arco e o aponta para o vídeo, e com o outro, você puxa a flecha no arco, e no vídeo, conforme você puxa o controle para trás, vê a flecha se movimentando no arco. Você faz a pontaria e solta a flecha através de um botão no controle. Em outro jogo, você joga basquete. Nesse, você tem que fazer um movimento com o controle amarrado em sua mão, como se estivesse quicando a bola, e quando tem que arremessar para cesta, você tem que pular, para o bonequinho no vídeo pular também, e arremessar imaginariamente a bola, com as duas mãos, para que o arremesso seja feito. É como se você estivesse, realmente, jogando basquete. Há vários jogos. Tem um outro, também, que você luta com uma espada, e tem que movimentar a espada com a mão, como se estivesse com ela, realmente, na mão. Fantático!!! Depois de algumas horas de jogo, a impressão que se tem é que você praticou realmente aqueles esportes, ficando cansado, fazendo um esforço igual. Não estou dizendo aqui que um vídeo game vá substituir qualquer esporte. Longe disso. Estou falando da "realidade virtual" e da interatividade que esses novos videos games estão apresentando.

Isso fez-me pensar sobre as palavras, paradoxalmente, tão usadas hoje em dia: "realidade virtual". O que é real e o que é virtual? O cérebro humano assume como realidade o que sente e o que vê, por isso é que os vídeo games, os computadores, e a internet, fazem tanto sucesso nessa última geração de indivíduos, chamada de geração Y. Mas a pergunta não quer calar: O que é real, e o que é virtual? O que você sente e vê é realidade? O que é realidade para alguns é imaginário para outros. Assim, são as realizações também. Tudo o que hoje é físico e real para alguns, um dia foi idealizado e foi virtual. Claro que todos nós concordamos que um vídeo game é uma coisa puramente virtual ou imaginária. Esses, de última geração, então, é como se fossem verdadeiros simuladores da vida.

Aí veio-me outra pergunta: a internet é real ou virtual? Eu, por exemplo, adoro jogar xadrez pela internet. E o jogo é muito real, pois jogo on line, e sei que quem está movimentando as peças adversárias é um ser humano, ou seja, é uma mente humana criando estratégias e armadilhas no jogo. Em termos de jogos, eu definiria como real quando você joga com outro ser humano, e virtual, quando você joga contra uma máquina.

Seguindo a definição anterior, eu diria que, em se tratando de interação de pessoas, a internet é mais real do se pode imaginar. Eu diria até que é tão real quanto um contato físico. Claro que o olhar e contato físico são indispensáveis. Porém, a internet é mais uma ferramenta de interação entre as pessoas. Através dos blogs, do MSN, e do e-mail, você conhece a alma das pessoas, não as conhecendo somente pela aparência física, ou de uma forma superficial. Por mais que uma pessoa queira se esconder atrás de uma tela de computador, sempre deixa rastros de sua essência, nos blogs, na sua escrita, ou em mensagens.

Eu diria que a tecnologia e os computadores criaram a necessidade de desenvolvermos mais nosso sexto sentido, lendo nas entrelinhas dos textos dos blogs, dos e-mails, e das mensagens instantâneas, a verdadeira essência e o sentimento das pessoas. Ou será um sentido novo, um sétimo sentido que está sendo desenvolvido pelo ser humano?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SELO BAR DOS NAVEGADORES.


A Querida Sheila Mendonça do Cantinho She presenteou-me com um selo para o BAR DOS NAVEGADORES.
São essas demonstrações de carinho é que fazem a gente acreditar no ser humano, que existem pessoas maravilhosas, com os melhores sentimentos do mundo, que nos incentivam e nos apoiam, e que fazem a vida valer a pena.
Muito obrigado Sheilinha!!!
Querido(a) Amigo(a), pegue esse selo e leve-o com você, como símbolo da nossa amizade.
Um grande abraço.
Paulo - BAR DOS NAVEGADORES.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do Amigo.




Meus Queridos Amigos!!!


Tenho encontrado tantos nessa vida.

São os meus maiores tesouros.

Não importa a distância a que estejam, pois hoje com a internet estamos tão perto, muitas vezes mais perto do que um vizinho ou familiar.

Fiz muitos amigos no blog, e o BAR DOS NAVEGADORES só faz sentido com vocês, pois é feito para vocês.
Confesso que quando criei esse blog não imaginei que encontraria tantos amigos assim, os mais fantásticos que eu poderia imaginar.

O Dia do Amigo não é um dia só, mas todos os dias.

Vocês moram no meu coração, dão sentido à minha vida, e seremos Amigos para Sempre!!!



Olhem só que demonstração de carinho!!! Recebi esse selinho lindo de uma amiga fantástica, a qual eu conheci na blogsfera, e que sempre está presente, prestigiando o BAR DOS NAVEGADORES.

Este é o Selo do Amigo, e quando o recebi teria que repassá-lo, ou melhor, indicar alguns amigos para dar esse prêmio, pois, realmente, é um GRANDE PRÊMIO.

Com esse Selo do Amigo, que me foi presenteado pela amiga Vanessa Monique e seu lindo blog De Dentro Para Fora, eu quero homenagear a todos os meus amigos, que com seus blogs, seus textos, suas mensagens, e seus comentários carinhosos, me fazem tão feliz todos os dias.

Peguem o selo, pois ele é dado por mim a todos vocês, MEUS GRANDES AMIGOS!!!

Muito obrigado, Vanessa Monique, por mais esse carinho!!!

Um grande abraço a todos vocês, MEUS MAIORES TESOUROS.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Premio Dardos.


O Bar dos Navegadores recebeu do blog da Cia. De Teatro Atemporal um prêmio que me deixa muito honrado: O Prêmio Dardos.

Com este selo são premiados os blogs e seus blogueiros que transmitem valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Que, em suma, demosntram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.
Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

Recomenda-se que, quem recebe o "Prêmio Dardos" e o aceita, siga algumas regras:

1. Exibir a Distinta Imagem,
2. Apontar o Blog pelo qual recebeu o prêmio;
3. Escolher uma quantidade de pessoas de sua preferência e um blog de cada pessoa escolhida para oferecer o "Prêmio Dardos".

Muito obrigado ao amigo Clemente e a todos da Cia. De Teatro Atemporal pelo carinho, apoio, lembrança, e consideração, recebidos.

O BAR DOS NAVEGADORES tem a honra de oferecer o "PRÊMIO DARDOS" aos seguintes blogs, blogueiros e amigos:

Nathália

Irlene Teixeira - IT

Carolina Tavares
Blog: CAFÉ COM CANELA

Poupée Amélie
Cáh
Lady

Maria Auxiliadora de Oliveira - Amapola

Patricia Thomaz

Helena Castelli

Riff
Blog: Riff
Sandra Botelho
Cris

Natália Firmo
Blog: Branca...

Aline Camargo

Karla Thayse

Vick Fichtner

Tania regina Contreiras

terça-feira, 13 de julho de 2010

Uma lição de sabedoria.

Recebi essa piadinha de um amigo, e resolvi postá-la, porque em conversas de bar elas sempre aparecem. Faz muito tempo que eu não coloco piadas no blog, mas essa eu achei inteligente.

Para descontrair um pouco...rsrs.

Um homem pergunta pra Deus:
- Senhor! Por que fizeste a mulher tão bonita?
Deus responde:
- Pra que tu gostasse dela.
Mas, então, por que a fizeste tão burra?
E Deus responde:
- Para que ela pudesse gostar de ti...

sábado, 10 de julho de 2010

Retratos de uma vida.

Um dia desses, mexendo no armário, encontrei uma verdadeira raridade, a qual eu não via há anos: meu álbum de fotografias de infância. Cresci vendo esse álbum de fotografias sendo construído pela minha mãe. É um álbum antigo, azul escuro, com a capa toda trabalhada, com dois cordões bonitos, trançados, na margem, e com folhas do tipo cartolina de cor cinza, onde são coladas as fotos. O álbum acompanhou a evolução da fotografia analógica, pois a maioria das fotos são em preto e branco, e somente algumas são coloridas. Na contracapa do álbum, há um pequeno envelope com a aba colada, e dentro deste estão meus primeiros cachinhos de criança, o que representa uma verdadeira relíquia para mim. Há, também, um envelope com cartão de visitas de meu falecido avô materno, que foi meu padrinho de batismo, a qual no verso tinha uma mensagem de felicitações da minha chegada ao mundo, cartão este que acompanhou as primeiras flores que minha mãe recebeu no quarto do hospital. Minha mãe sempre guardou esse álbum com muito carinho, e mostrava-me em algumas ocasiões muito especiais, quando queria relembrar os meus momentos de infância, ou quando surgia a oportunidade de mostrá-lo para alguém. Registra desde os meus primeiros instantes de vida até o dia da minha formutura na universidade, no curso de Engenharia Civil. Depois da formatura, ela parou de fazê-lo. Sempre dizia que quando eu saísse de casa, que eu levaria o álbum comigo.

Saí da casa dos meus pais no dia do meu casamento, e antes de sair com minha mala pela porta, lá estava minha mãe segurando o álbum com as duas mãos, quando me disse: - Filho!!! - Leva contigo a tua história de vida até hoje. Fiquei emocionado, peguei o álbum, coloquei-o na mala, e fui-me. Esse filme veio-me à mente no instante em que descobri esse álbum no armário. Folhando-o, e vendo as minhas fotos, fiz uma viagem de volta ao tempo, relembrando toda a minha infância e adolescência em menos de uma hora. Foi muito gostoso. Parece que foi ontem, e deu uma saudade gostosa, não de voltar àquele tempo, mas de sentir um pouco das emoções vividas.

A fotografia tem essa capacidade, a de reviver emoções um dia sentidas. E as emoções nos transportam ao passado, não fisicamente, mas emocionalmente. Nos primórdios da fotografia, as pessoas acreditavam que uma película era capaz de capturar a alma das pessoas, e foi o que eu senti ao reviver meu passado através das emoções revividas.

Quando minha filha nasceu, recém estavam surgindo as primeiras câmeras digitais, e eu nunca havia me permtido comprar uma, apesar de gostar muito de fotografia desde os 19 anos de idade, mas isso é uma outra história, que um dia, quem sabe, eu conto. Apesar disso, fiz muitos registros fotográficos de minha filha, desde a sua infância até hoje, com câmeras digitais emprestadas, com uma pequena webcam que eu tive, que realizava fotos muito boas, e com a câmera do celular, a qual também fazia fotos excelentes. Hoje, eu tenho uma boa câmera, e não me canso de registrar todos os momentos em que minha filha está comigo.

Eu sei que montar álbuns fotográficos com a história de filhos é coisa de mãe, mas eu estou fazendo isso como pai. Já vi mães que registram a história de seus filhos, alguns deles, inclusive, que não conheceram ou convivem com seus pais biológicos, mas que possuem fotos do pai no álbum. Isso é lindo! É um ato de amor da mãe para com seu filho, que tem o direito de ter sua história registrada, de ter fotos de seu pai, independente do desafeto da mulher com esse homem, mesmo este não merecendo ser lembrado.

Em algum momento vou presentear minha filha com um registro de sua história. Ainda não sei em que momento isso vai acontecer. Não sei se vai ser um álbum com fotos impressas, um conjunto de CDs ou DVDs, ou um HD externo. Mas em algum momento vou dar essa missão como cumprida. Até lá, vou compartilhar com ela os seus melhores momentos, através de slides shows, filmes, e fotos avulsas, assim como fez minha mãe comigo, com aquele velho álbum.

A seguir, apresento um slide show com algumas fotos, na idade de 11 anos, de minha filha, e que são parte do seu arquivo pessoal, a qual estou construindo para ela:

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tributo ao amigo Lulu.

Hoje mais um colega aposentou-se no meu local de trabalho, no meu setor. Luiz Alfredo, um grande profissional, um grande técnico, e um grande amigo. Companheiro de almoço, de todos os dias, nos últimos anos. Lulu, como todos o chamam carinhosamente, é uma pessoa incrível. Foi professor de ciências nas escolas de ensino fundamental e secundário. Mora em Guaíba, uma cidade que fica a 27 Km de Porto Alegre, na outra margem do Rio Guaíba, junto com sua esposa, e muito próximo dos filhos e netos. Nesta data, completou 35 anos de contribuição à Previdência e 30 anos de serviços prestados à mesma empresa.

Nossa amizade sempre foi muito grande. Eu sempre adorei a hora do almoço, pois além de ser uma hora sagrada, nossos papos eram profundos. Falávamos sobre inovações da tecnologia, fotografia, viagens, coisas da vida, filosofia e comportamento humano. Nunca faltava assunto, e poderíamos ficar dias conversando sem parar. A troca de idéias sempre foi muito intensa, e como ele escreveu em sua mensagem de despedida, que eu, talvez, não fizesse idéia o quanto os nossos papos contribuiram para sua vida, sendo que eu respondi a ele a mesma coisa.
A aposentadoria é uma nova etapa da vida de uma pessoa, uma mudança tão radical, que deve ser planejada para que a pessoa não sinta tanto os reflexos dessa mudança. Eu comparo com um preso que ganha a liberdade, e se não souber o que fazer com ela, pira. Mas Lulu sabe o que fazer. Ele disse-me que agora vai ter o tempo para fazer suas coisas, coisa que nunca teve, que vai poder ver os netos crescerem, já que os filhos ele não viu, pois estava sempre viajando a trabalho, que pretende viajar muito, e fotografar tudo o que de mais lindo esse mundo pode mostrar. Conseguir aposentar-se sem precisar trabalhar para complementar a aposentadoria, hoje no Brasil, é uma dádiva. E isso só é possível, porque contribuímos para um plano de previdência privada, que permite ao funcionário receber seu sálario integral, com se estivesse trabalhando. Claro que nem tudo é um mar de rosas, pois essa renda vai sendo corroída no decorrer dos anos, pois os aumentos dos aposentados não são os mesmos do pessoal que está na ativa. Mas com o dinhero que ele vai levar por ocasião da aposentadoria, se bem administrado, e sei que ele vai administrar bem, dá para levar uma vida confortável até o fim.
Mesmo nesses vinte e dois anos trabalhando na mesma empresa, vendo muitos colegas aposentarem-se, eu não penso em aposentadoria. Faltam muitos anos para mim, muitas leis ainda podem surgir dificultando a aposentadoria, principalmente, avançando a idade mínima para aposentar-se, e pensar em aposentadoria, agora, seria esperar, simplesmente, a vida passar. Tenho muito o que crescer profissionalmente, tenho muito tempo de trabalho pela frente para isso, e gosto do que faço, mas ver colegas mais velhos atingirem a liberdade é extremamente gratificante.
Ao mesmo tempo que feliz pelo Lulu por atingir sua liberdade, fiquei triste pela perda do companheiro de trabalho e amigo. A vida tem ensinado-me que as pessoas aproximam-se por vínculos e afinidades. Os vínculos podem ser o local de trabalho, ser vizinho, colegas de colégio ou faculdade, colegas de cursos de especialização de 2 anos, entre outros. Às vezes, um pequeno curso com as mesmas afinidades, podem juntar as pessoas de uma forma explendorosa. Mas aprendi que, mesmo com muitas afinidades, a quebra do vínculo acaba por afastar as pessoas. Assim acontece com aquele vizinho que tornou-se um grande amigo, mas muda de prédio, entre os colegas de colégio, faculdade, ou quaisquer encontros que criam vínculos entre as pessoas. Não me iludo mais que as pessoas mantém a mesma afinidade quando os vínculos se quebram, apesar de fantasiarmos sempre que nada mudará. É natural, e faz parte da vida, e se você pensar bem, já deve ter experimentado esse tipo de quebra de relação. Senti isso, recentemente, quando participei de uma festa de 24 anos de formatura do curso de Engenharia Civil. Formei-me novinho. Com apenas 23 anos de idade, eu e meus colegas já éramos engenheiros. Hoje o pessoal está se formando mais tarde, e muitos estão fazendo seu primero curso de graduação com 30 anos de idade. Mas, enfim, foi triste sentir na festa de comemoração de aniversário de formatura a quebra da afinidade. Colegas, que eram muito amigos, só falavam das coisas do passado, os caminhos seguidos, mas não tinham mais presente juntos, sequer um passado recente. A vida é assim mesmo, mudamos, nos renovamos, nossos relacionamentos se renovam, fazemos novos amigos, novos relacionamentos, novos interesses, novos amores, novas paixões.
Sabendo disso, no último dia de trabalho do meu colega e amigo, trocamos telefones, endereços, e e-mails, mas eu sabia que eram nossos últimos momentos de extrema amizade e afinidade. Na despedida, no final do expediente, dei-lhe um abraço apertado, agradeci-lhe por ter tido o privilégio do seu convívio, disse-lhe o quanto ele havia sido um grande colega e amigo, o quanto ele tinha contribuído na minha vida, e disse-lhe, também, que eu havia passado na vida dele com a vontade de ficar. Alguém pode dizer que não é assim, que pode ser diferente, mas a vida tem me mostrado que é assim. É um sentimento diferente, não posso dizer que é triste, nem que é alegre, mas é diferente, pois a vida tem me mostrado como o tempo e a distância acabam com as afinidades de grandes amigos, nem que seja aos poucos. Sei que entre eu e o Lulu vai ser assim, pois apesar de muitas afinidades, o vínculo do trabalho era quem nos aproximava todos os dias.
Lulu, que Deus te abençoe e te proteja sempre, que você seja sempre muito feliz, com muita saúde, no convívio da tua esposa, por quem eu sei que você é apaixonado, de teus filhos, netos, e dos novos amigos que você conquistará nessa nova etapa da vida. Foi um privilégio ter te conhecido, ter convivido contigo durante todos esses anos, e pela contribuição e os momentos felizes que você proporcionou na minha vida.
Para finalizar, trancrevo abaixo um texto do grande poeta gaúcho, Mario Quintana, a qual o Lulu finalizou sua mensagem despedida para os seus colegas e amigos, dando-nos a sua última mensagem de sabedoria, enquanto colega de trabalho:
O tempo







"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando se vê, já é sexta-feira...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê, já passaram-se 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo:

Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."

Mario Quintana (por Lulu).

sábado, 26 de junho de 2010

Um questão de educação.


Inicialmente, vou contar-lhes uma passagem que aconteceu, recentemente, comigo no trânsito:

Em uma manhã de domingo, sai de carro para almoçar em um restaurante que servem uns filés, simplesmente, deliciosos aqui em Porto Alegre. Quando estava na rua do restaurante, resolvi estacionar o carro em uma rua transversal próxima, pois havia menos carros, e seria mais tranquilo estacionar. A rua a qual eu vinha, a do restaurante, é uma via de mão dupla, porém, tem um faixa amarela contínua. Para quem conhece um pouco das leis de trânsito sabe que uma faixa contínua significa que não pode haver ultrapassagens, e é amarela para indicar que a via tem dois sentidos, senão a faixa seria branca, indicando via de mão única.

Voltando ao ocorrido, eu vinha pela rua, sinalizei com o pisca-pisca que iria fazer a conversão à esquerda, parei o carro bem à esquerda, junto a faixa contínua, olhei pelo retrovisor principal e vi que não vinha ninguém atrás, olhei pelo retrovisor lateral e também constatei a ausência de qualquer veículo vindo atrás, ou sequer ultrapassando irregularmente na faixa contínua, e iniciei a conversão, quando de repente ouvi uma batida forte na lateral no meu carro, à esquerda (lado do motorista), arrancando meu espelho retrovisor lateral, e batendo no paralamas dianteiro esquerdo do meu carro. A adernalina subiu, imediatamente, ao meu corpo, como era de se esperar. Logo vi que o carro que tinha colidido com o meu era um táxi. Parei, imediatamente, o carro, bem a direita da rua, e o táxi também parou, na minha frente. Desci do carro, e o taxista veio ao meu encontro com uma cara de apavorado, perguntando se eu tinha seguro. Apesar de ter seguro, respondi-lhe que não tinha, para evitar que ele propusesse pagar uma parte da franquia, já que ele estava completamente errado em ultrapassar em faixa contínua, em alta velocidade. Eu não o havia visto nos retrovisores, pois quando eu olhei, o carro dele já estava na lateral do meu, na zona invisível aos espelhos. Eu havia feito tudo certo, portanto, tinha a convicção de que o taxista tinha que pagar o conserto do meu carro. Iniciou-se uma pequena discussão, e eu perguntei-lhe como um profissional poderia tentar ultrapassar em faixa contínua, em alta velocidade, o que ele não soube me explicar. Quando ele viu que estava errado, dispensou as duas passageiras que transportava, pegando seus nomes e telefones para servirem de testemunhas a favor dele. Aí eu pensei: como pode as pessoas serem tão cínicas e irresponsáveis ao ponto de se oferecerem como testemunhas, mentindo, só porque achavam que eu tinha interrompido sua corrida, causando-lhes um transtorno em ter que pegar um outro táxi?

Enquanto aguardava a guarda municipal e a Brigada Militar (Polícia Militar do RS), fotografei o local, a faixa contínua, e os carros, com a câmera do meu celular, para comprovar como foi a batida, como uma forma de perícia, já que eu não tinha testemunhas. Tinha a certeza de que a forma como foi a batida diria mais sobre o ocorrido do que qualquer falsa testemunha do taxista.

Quando chegaram as polícias, o taxista mudou o discurso, dizendo que ele vinha no sentido certo e que eu vinha à direita dele, e que, simplesmente, eu tinha entrado à esquerda, cortando a frente dele para fazer uma conversão irregular à esquerda. Enlouqueci com aquela atitude do cafajeste. Comecei alterar-me, quando o policial chamou-me à atenção, e eu, imediatamente, me acalmei, pois não iria perder toda a minha razão pelo cinismo de um velho taxista idiota. Casualmente, havia uma oficina mecânica na esquina das ruas do local do ocorrido, sendo que o mecânico deu-me toda a razão, mas me disse que não serviria de testemunha, pois não queria perder tempo em se deslocar um dia ao Fórum. Perguntei ao mecânico, pela sua experiência, o quanto iria custar o conserto do meu carro, e ele me disse que não passaria de R$ 1.000,00 (Hum mil reais). Propus, então, ao taxista, que ele me desse R$ 500,00, e que eu consideraria o caso como encerrado, e ele me respondeu que eu é que lhe devia R$ 500,00. Nesse momento, vi que não havia nenhuma negociação com aquele infeliz. Após o registro de um Boletim de Ocorrência preliminar no local, dirigi-me à delegacia de polícia mais próxima para registrar o BO definitivo. No dia seguinte (segunda-feira), quando estava saindo do banho e preparava-me para ir ao trabalho, recebi um telefonema do taxista, já que no BO preliminar constavam todos os meus dados, inclusive, meu celular. Ele se apresentou, e disse que havia feito uma avaliação no carro dele, me propondo que deixássemos assim, ou seja, como cada um achava que tinha razão, que cada um pagasse seus prejuízos. Disse a ele que quem deveria pagar os prejuízos do meu carro era ele, já que no dele nada havia ocorrido, e que o acionaria na justiça. Levei o carro no mecânico, e o conserto foi orçado em R$ 930,00. Como já previa, o problema não era tanto o dinheiro, mas, sim, a incomodação, já que tive que perder quase um dia inteiro de trabalho para levar o carro no mecânico e ir ao Fórum Central para acionar o taxista idiota, no Juizado de Pequenas Causas. Talvez eu não consiga ser ressarcido, e tenha que entrar na justiça comum para tentar um possível ressarcimento, mas pelo menos vou incomodar esse infeliz, pois meu ressarcimento agora é mais moral do que financeiro.

Todo esse episódio que aconteceu comigo fez eu pensar mais profundamente sobre o problema do trânsito. Hoje, no Brasil existe um Código Nacional de Trânsito bem elaborado, as punições são muito severas, e as ruas e estradas são bem sinalizadas, porém, as infrações e mortes no trânsito são crescentes. Onde está o problema, então? Está no comportamento das pessoas. O trânsito nada mais é do que um compartilhamento de espaço entre as pessoas nas ruas, com carros. As pessoas não se respeitam. Disputam espaços de forma desrespeitosa e mal educada, assim como furam filas, e empurram-se quando estão a pé, em uma multidão. Cometem irregularidades no trânsito para levar vantagem de espaço sobre os outros. Ultrapassam na contramão ou pela direita, nas ruas, querem ocupar irregularmente o espaço dos outros, ultrapassam pelo acostamento ou fazem ultrapassagens perigosas nas estradas, trafegam em alta velocidade, desrespeitam uns aos outros, no sentido de ganharem espaços uns dos outros, através da infração. Colocam na direção de um carro todo o seu recalque e sua atitude maldosa regida pela famosa "Lei de Gerson", ou seja, a de "levar vantagem em tudo". Hoje, quando eu vejo um infeliz desses me cortar a frente do carro, ou levar vantagem de espaço de uma forma irregular, protejo-me, deixo-o passar, deixo ele pensar que foi esperto, com a certeza que isso o entusiasmará mais em prosseguir em sua infração, sabendo que logo ali na frente outro maluco como ele lhe dará o troco, batendo no seu carro, proporcionando-lhe o prejuízo merecido, pois ele será atingido na parte mais sensível do ser humano: o bolso. Isso, quando ele não tiver outros prejuízos. Ele não vai escapar da vingança de outro louco como ele, e que eles se entendam, mas eu é que não vou entrar nessa.

O problema do trânsito é um problema de comportamento das pessoas, onde um quer sempre levar vantagem sobre o outro, nem que essa vantagem seja só um espaço físico. É a cultura do povo brasileiro, onde algumas pessoas não respeitam ninguém, nunca tiveram limites de seus pais, acham-se espertos, e pensam que tudo podem. É fácil ver a real personalidade de uma pessoa, simplesmente observando como ela se comporta no trânsito, guiando um carro.

Que os espertinhos de plantão paguem por suas irresponsabilidades, o que um dia será inevitável, mas que não envolvam pessoas inocentes, que tirem suas próprias vidas, mas não a dos outros.

O problema do trânsito é cultural e de comportamento. É um problema muito sério, pois mata mais que armas, balas perdidas, assaltos, ou seja, mata mais do que qualquer coisa.

Cabe a nós ensinar aos nossos filhos valores e educação, como por exemplo, ser gentil com as pessoas, oferecendo-lhes espaço, saber esperar a sua vez, essas coisas relativas a uma boa educação. Cabe, também, às Escolas do Ensino Fundamental passar esses valores, principalmente, abordar a questão de educação no trânsito, para que os futuros motoristas, em especial os filhos dos irresponsáveis, possam ter um pouco de educação, já que eles não tiveram em casa.

Eu sempre digo:

Educação não vem do estudo, vem de berço!

terça-feira, 15 de junho de 2010

A primeira balada.


O gostoso de ter-se filhos é que a gente revive com eles as várias etapas da vida. Apesar de ter uma filha só, e o fato dela ser menina, existem etapas que são vividas por meninos e meninas, talvez emocionalmente, da mesma forma.
No sábado passado foi Dia dos Namorados, e foi, também, a primeira "Reunião Dançante" da minha filha. Uma data bem sugestiva para ir-se à primeira "Reunião Dançante". Não sei como chamam agora, bailinho, festa americana, mas na minha época, aqui no sul, chamava-se "Reunião Dançante". Nesses eventos, os meninos levam a bebida e as meninas levam a comida, e fazem uma festa dançante. Não lembro bem da minha primeira "balada" assim, mas lembro de duas ocasiões: uma na casa de uma menina, a qual eu gostava, e dizíamos que estávamos namorando, e outra no meu aniversário, na minha casa. Lembro-me que na casa da "minha primeira namorada" tinha um grupinho de meninos e meninas que dançavam, e outros que ficavam pelos cantos, só rindo e brincando. Eu era do grupo que queria dançar com as meninas. Não sabíamos dançar, e tudo era um aprendizado. Nas primeiras festinhas, dançávamos só músicas lentas ou românticas, pois dançar separado era mais difícil, e só poucas meninas arriscavam tal proeza. Começávamos a dançar musicas românticas com os corpinhos afastados, e aos pouquinhos os meninos iam apertando mais as meninas. Umas não permitiam essa aproximação, e outras, aos poucos, iam cedendo. A exicitação dos meninos era visível, pois todos acabavam ficando de "barracas armadas". O grupo de meninos que não dançavam, só se devertiam com a excitação dos meninos que dançavam, porque não tinha como esconder os "tiquinhos duros". Nessa época, eu tinha 11 anos, que é a idade da minha filha.

A "Reunião Dançante" que eu fiz na minha casa, por ocasião do meu aniversário, foi às 15:00h de um sábado. Eu já tinha alguma experiência, pois já havia participado de outras festas semelhantes, já tinha dançado, e não tinha tanta timidez em convidar as meninas para dançar. Fechávamos as cortinas da sala para criar um clima noturno ou de pouca luz, e minha mãe entrava seguidamente na sala abrindo as cortinas para entrar luz, dizendo que era muito mais divertido dançar no claro. Quando ela saía, fechávamos novamente as cortinas, e a festa romântica continuava a rolar.

Agora tudo isso voltou-me à lembrança, pois era a minha filha que estava indo a sua "Primeira Reunião Dançante", e coube a mim levá-la e buscá-la em tal evento. Quando ela recebeu o convite, em um primeiro momento, ela disse que não iria, mas aos poucos eu fui incentivando ela a ir. Era no salão de festas do coleguinha de colégio, o menino que ela gosta. Ela é louca pelo menino, mas o menino só a esnoba. Dois dias antes da Reunião Dançante ela decidiu ir. Na festinha só foram convidados os coleguinhas da sua turma.

Eu estava meio apreensivo, pois parecia que eu estava levando minha filha a um antro de leões. Era visível a apreensão dela também, pois antes de saírmos, ela foi correndo ao banheiro, com dor de barriga. Tadinha! Ela estava nervosa, e eu entendia tudo aquilo, pois já tinha sentido isso no passado. Minha filha é muito parecida comigo, quando fica muito nervosa o intestino avisa. A festa começava às 19h30min e terminaria às 23h30min. Enquanto ela descarregava seu nervosismo no banheiro, eu procurava nos Mapas do Google como chegar ao endereço. Saímos. O salão de festas era em um condomíno enorme, desses de classe média, mas parecia uma cidade, face a quantidade de blocos de apartamentos. Deixei o carro do lado de fora e fomos os dois caminhando pelas pequenas ruas, entre os blocos de apartamentos, de mãos dadas, perguntando aos moradores onde era o tal dito salão de festas. A mãozinha dela suava muito, e a minha também. Logo, localizei um prédio térreo enorme, onde havia uns meninos da mesma idade, sendo que ela logo reconheceu o seu colega amado e outros coleguinhas, todos meninos. Fui me aproximando da entrada do salão, pois só largaria minha filha com um adulto responsável pela festa, de preferência a mãe do garoto anfitrião. Na porta de entrada do salão, olhei para dentro, sem entrar, e estava tudo muito escuro, com uma música muito alta. Um ambiente e iluminação típicos das melhores casas noturnas adultas. Logo veio a porta uma mulher, que era a mãe do anfitriãozinho da festa, seu amado, dizendo:
- Pode ficar tranquilo que eu estarei todo o tempo junto.
Aquilo me tranquilizou um pouco. Durante todo o percurso de casa para a festa, eu havia passado uma porção de recomendações e dicas para minha filha, mas quando eu me dirigia de volta ao carro, no meio do caminho, eu lembrei que havia esquecido de dizer que quando ela não quissesse mais dançar com um determinado menino, que ela pedisse licença e fosse sentar. Fiquei preocupado que havia esquecido aquela recomendação, porém, lembrei que ninguém havia me dito isso, também, e que muitas coisas ela iria aprender sozinha. Voltei para casa e fiquei preocupado, esperando a hora de buscá-la.

No horário previsto para término da festa, lá estava eu, pontualmente, às 23h 30min para buscá-la. Os meninos e meninas estavam todos na frente do salão, conversando, e esperando os pais. Falei com a mãe do anfitriãozinho, agradeci, e saí com minha filha de volta para casa. Durante o caminho, perguntei como havia sido a festa, e ela disse que tinha adorado, que tinha dançado bastante, principalmente, com o menino que ela gostava. Na festa havia 16 crianças, 10 meninos e seis meninas, como em toda balada normal, onde há mais homens que mulheres. Disse que brincaram da brincadeira da vassoura, onde todos dançavam, e um menino ficava com a vassoura, sendo que quem tinha a vassoura poderia tomar o par do outro. A vassoura sempre ficava com um menino, pois haviam mais meninos que meninas. A festa tinha um DJ que colocava as músicas e controlava as luzes. Ela só reclamou que tinha um menino que, enquanto dançava, mexia no cabelo dela, e eu pensei: - Que menino safado!

Mas deu tudo certo, e sei que daqui para frente as festas vão se multiplicar, e as descobertas vão ser maiores. Muitos amigos, que também são pais e mães, principalmente as mães de meninas, me contam que as coisas vão acontecer muito rápido dos 11 aos 12 anos. Eu vejo isso no corpo da minha filha, que se desenvolve a uma velocidade incrível. Ela está ficando uma mocinha, e logo virá a primeira menstruação.

Cada vez mais, vou ter que procurar orientá-la ao máximo, dando os limites necessários, e procurando passar orientações, torcendo que ela capte o máximo possível.

Os tempos são outros, eu sei, mas de uma certa forma a vida se repete nos filhos, e esses momentos são a oportunidade que temos de revivermos coisas do passado, e tentar passar nossas experiências a eles, apesar que experiências dificilmente são passadas, pois tem que serem vividas. Os limites têm que serem dados, mas sempre adaptados aos tempos de hoje.

Foi maravilhoso poder ter tido a oportunidade de curtir mais esse primeiro momento da minha filha, pois a primeira vez de cada uma de nossas experiências a gente nunca esquece.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Copa do Mundo da África do Sul.


Faltam menos de 24 horas para o início da Copa do Mundo. Muitos já escreveram sobre a Copa e, considerando que é um dos maiores eventos esportivos do mundo, eu não poderia deixar, simplesmente, passar em branco, ou deixar de registrar minhas percepções e sentimentos sobre o assunto.

Faz muitos anos que eu não sou fanático por futebol como a maioria dos homens, o que é considerado pelas mulheres como uma característica positiva, pois o que elas mais detestam é ver seu homem atirado em cima de um sofá às terças à noite, ou aos domingos à tarde, grudados na telinha quase que hipnotizados por uma bola disputada por 22 jogadores. De forma alguma estou criticando esse tipo de homem, até porque eu já fui um fanático por esse esporte, do tipo vestir camiseta do time do coração, que é o Grêmio, e passar um dia inteiro em um estádio de futebol, guardando lugar na arquibancada, aguardando o início de um jogo que iniciaria somente na segunda metade da tarde. Hoje limito-me a acompanhar os resultados dos jogos do campeonato gaúcho e copa do Brasil, no final do programa Fantástico da Rede Globo, até porque o futebol é um dos assuntos mais discutidos nas rodas de conversas entre os homens, e eu não poderia ficar alienado sobre o assunto.

A Copa do Mundo é diferente. Nos jogos do Brasil o país, literalmente, paralisa. Os empregados das empresas param para ver o jogo, ou uma hora antes as empresas dispensam seus empregados para irem embora para casa, como nesse ano, que haverá jogos às 15h30min. Uma hora antes do jogo ocorre uma tranqueira no trânsito, as pessoas ficam ansiosas para chegar em casa, ou se não dá tempo, procuram o lugar mais próximo onde haja uma televisão para ficar hipnotizado.

Eu, por exemplo, nos jogos do Brasil, fico ansioso minutos antes e durante todo o jogo. É uma sensação indescritível. É como se eu entrasse em campo com aqueles 11 jogadores que passam a serem vistos como guerreiros. Durante o jogo, não se escuta um barulho na rua, uma pessoa ou carro circulando, quando muito alguns poucos ônibus ou táxis, pois os serviços essenciais não podem parar. É um momento mágico, indescritível, e de silêncio absoluto nas ruas.

Além dos jogos, o que eu acho mais fabuloso durante a Copa, é que no país sede desembarcam repórteres e pessoas de todo o mundo, sendo transmitidas notícias, documentários, história, e conhecidos os pontos os turísticos daquele país. Quantos de nós já havia sequer cogitado em colocar a África do Sul em nossos roteiros de viagem? De conhecer a África do Sul de Mandela, do "apartheid" (regime de segregação racial), da AIDS, dos paradoxos de riqueza de poucos e pobreza de muitos, das tribos zulus, dos territórios de safaris, das minas de diamantes, dos vinhos sul africanos, e dos costumes de um povo que foi o berço do Brasil e da humanidade?

A África do Sul foi vista pelo mundo. O país está de parabéns, pois construiu uma infraestrutura fantástica para receber a Copa do Mundo, quando ninguém acreditava que eles conseguiriam, pois não tinham os estádios, a segurança, e a estrutura necessária para tal evento.

A próxima Copa de 2014 será no Brasil, e nós seremos vistos pelo mundo também, não só como um eixo chamado Rio-São Paulo, mas como um país continental do Oiapoque ao Chuí.

Que o Brasil se espelhe no trabalho da África do Sul de Nelson Mandela para receber a Copa.

E agora, só nos resta torcer pelo nosso país e pela conquista do Hexa.

Vamos lá, Brasil!!!

domingo, 6 de junho de 2010

O orgullho de um pai.


Vou começar com uma história ou estória, pois não sei se realmente aconteceu, que me foi contada ainda na infância, e que eu nunca mais esqueci:


"Em uma turma do ensino fundamental, com uns trinta alunos mais ou menos, o professor entra em sala de aula, e a turma está na maior "zorra". O professor pede silêncio aos alunos, mas a turma nem toma conhecimento da sua presença, e continua a bagunça. Até que, em um determinado momento, o professor perde a paciência e solta um berro:

- Parem!!!


Os alunos assustados finalmente ficam em silêncio, e o professor diz:

- Eu só estou aqui por causa de uma pessoa. Sim, porque dessa turma somente um passará no vestibular, irá para a universidade, concluirá um curso superior, conseguirá um bom emprego, ou passará em um concurso público bom, e o problema é que eu não sei quem é essa pessoa. E é para esse aluno que eu estou aqui para dar aula hoje. A partir desse discurso do professor, todos os alunos ficaram quietos, e a aula transcorreu no maior absoluto silêncio, e não foi só essa aula que transcorreu normalmente, mas todas as aulas a partir daquela data, até o final do ano letivo".

Lembrei dessa história ou estória, porque fui na reunião de pais do colégio buscar o primeiro boletim da minha filha Nathália. Ela está na 5ª série do ensino fundamental e estava ansiosa pelos resultados e, principalmente, pela minha presença na reunião.

A 5ª série do ensino fundamental é um marco na vida estudantil de qualquer pessoa, e eu nem lembrava mais disso. O bom de ter-se filhos é que a gente tem a oportunidade de reviver essas coisas. Nesta etapa, o aluno começa a ter um professor para cada matéria, e é avaliado por provas com nota, tendo até mais do que uma prova por dia, ao contrário das séries anteriores em que eles são avaliados por relatório com vários quesitos do tipo "atingiu os objetivos, atingiu parcialmente, ou não atingiu os objetivos", sendo que este relatório é enviado aos pais com os trabalhos ou atividades avaliativas dos alunos feitos a cada trimestre. Até a 4ª série, minha filha sempre atingiu todos os objetivos, mas a avaliação fica uma coisa um tanto abrangente ou subjetiva.

Voltando à reunião dos pais para a entrega do boletim, observei algumas coisas interessantes. Na sala havia muitos pais, tanto pais como mães, que reclamavam dos professores e da dificuldade de fazer-se os trabalhos em casa. Eu não tinha nada a reclamar, pois sempre assinei todas as provas da minha filha, sendo que os professores entregam as provas, e os pais têm que assiná-las, para que o colégio tenha a certeza de que eles têm consciência do desempenho dos seus filhos. Nunca tive dificuldade alguma em ajudar minha filha nos "Deveres de Casa", que aqui no sul chamam-se "Temas de Casa", e o desempenho dela sempre foi excelente. Em um determinado momento da reunião, notei que o maior problema não eram as crianças, mas sim os pais. Enquanto um casal, tanto o pai quanto a mãe, reclamava da dificuldade do "Tema de Casa" de Geografia, um outro pai sentado ao meu lado pensava alto:

- O professor e os trabalhos de geografia não são o problema, o meu problema é a matemática.

Aquele pai ao meu lado chegou a verbalizar que a dificuldade não era do filho e sim dele.

Isso deixou-me pensando, e comecei a ficar preocupado com o desempenho da minha filha, já que alguns pais faziam reclamações fortes quanto à dificuldade de seus filhos, e esta dificuldade não era só dos filhos, mas sim deles também, e eu já comecei a ficar contaminado com aquelas reclamações todas, e achar que eu e minha filha também tínhamos problemas, mesmo não os tendo.

Após uma hora de reunião, o professor regente começou a entregar os boletins com as primeiras notas, ou seja, as notas do primeiro trimestre da 5ª série . Confesso que eu estava um pouco apreensivo, pois a esta altura eu já havia esquecido de todo o acompanhamento das provas e "Temas de Casa" que eu havia feito com a minha filha nos últimos três meses, achando-me um pai completamente relapso, por não ver e apontar os problemas apontados pelos outros pais.

Quando eu olhei o boletim dela, fiquei todo orgulhoso. A menor nota dela foi 9,0, e ainda por cima em Educação Física. O restante eram todas notas acima de 9,0, sendo que em geografia a nota dela foi 10,0, e em matemática foi 9,4. Porém, nem todos os alunos tiveram essas notas. A melhor amiguinha dela no colégio, por exemplo, ficou com 6,5 em matemática.

Fiquei todo orgulhoso da minha Nathália, pois eu sempre fui assim no colégio também, e sempre procurei ser aquele aluno para o qual os professores estavam ministrando as aulas. Esse compromisso com os estudos ela herdou de mim, ou de alguma forma eu consegui passar para ela com meu exemplo.

Foi neste dia que contei a ela a história ou estória que haviam me contado no ensino fundamental, ou seja, para que ela sempre se esforçasse em seus estudos, de modo que as aulas que os professores fossem dar, todos os dias, fossem para ela e não para os outros.

Confesso que eu nunca forcei nada, nem sequer precisei mandar minha filha algum dia estudar ou fazer algum "Tema de Casa". Talvez, ela sempre ouviu os outros falarem o que eu havia feito como estudante, ou viu o que eu sempre fiz nos cursos de especialização, que foi o que ela acompanhou.

Muitos pais dizem:

- Eu não quero que meu filho seja o melhor, ou um dos melhores alunos da aula, basta estar na média.

Mas aquela história ou estória que me foi contada na idade da minha filha, nunca saiu da minha cabeça, e sempre me rendeu bons resultados.

Talvez, alguns digam que o estudo não seja a garantia de sucesso profissional, mas posso afirmar que sem o estudo a caminhada fica muito mais difícil.

Cultura nunca é demais, e devemos sempre procurar a excelência, nem que seja para sermos pessoas com conteúdo.

Parabéns, minha filhota!!! Continue sempre assim!!! O Papai tem muito orgulho de ti!!!



Foto: Internet

terça-feira, 1 de junho de 2010

Lei do Photoshop prevê multa de R$ 50 mil.



O projeto de Lei 6.853/10, do deputado Wladimir Costa, que ainda está em análise na Câmara dos Deputados, poderá tornar obrigatório um aviso em anúncios publicitários que usem imagens manipuladas nas peças. Segundo o deputado, o objetivo da lei é "acabar com a idealização do corpo humano pela publicidade". O texto original da lei prevê multa de até R$ 50 mil para quem desobedecer.


Fonte: Revista Fotografe Melhor
Nº 164 - Maio 2010


Fotos: Internet

domingo, 30 de maio de 2010

A procura...



"Eu amava
Como amava um pescador

Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava, como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar..."


Quando realizei essa foto dos pescadores nos molhes do Rio Mampituba, em Torres/RS, lembrei e cantarolei mentalmente o trecho da linda música "LUA E FLOR" de Oswaldo Montenegro.
O Rio Mampituba divide os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os pescadores estão no RS e do outro lado é SC.
Às vezes, expresso-me por textos, outras vezes, através da fotografia.
Para mim, esta foto tem um significado imenso pela cena em si, e pelo lugar, e terá um significado diferente para você.
É a expressão de um sentimento através do olhar...



Foto: PPH...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A lição de uma Andorinha.


" A VIDA SEPARA APENAS DOIS OLHARES, NUNCA DOIS CORAÇÕES."




Aqui nesta foto, sua companheira foi machucada e a condição é fatal. Ela foi pega por um carro, enquanto voava baixo em uma rua.





Ele traz comida para ela, e a atende com amor e compaixão...





E trouxe comida novamente, mas ficou chocado ao encontrá-la morta. Tentou movê-la... Um esforço raramente visto entre andorinhas!!!





Mas percebe que sua Querida está morta, e que nunca mais voltará para ele...
Ele chora tristemente a perda do seu adorado amor...





Permaneceu ao lado dela tristemente em sua morte...





Finalmente, consciente de que ela não retornaria jamais...
Permaneceu ao lado de seu corpo com tristeza.




E muitas pessoas pensam que os animais não tem sentimentos.
Até os animais tem sentimentos.

O verdadeiro amor é
aquele que nos faz ser melhor do que já somos,

aquele que o vento não leva, e a distância não separa.



Fotos: Internet

domingo, 23 de maio de 2010

Será um típico típico trabalhador ou empresário brasileiro?


Nelson é um guardador de carros de rua. Ele é visto, diariamente, em um quarteirão em frente ao meu local de trabalho, próximo a um dos hospitais mais movimentados de Porto Alegre. É mais um desses "flanelinhas" que pedem dinheiro, quando você estaciona o carro em seu "território". Agora ele é cadastrado pela Prefeitura Municipal, pois aqui em Porto Alegre os guardadores de carro ou "flanelinhas" são regulamentados, usando uniforme e crachá. Ele não cobra uma taxa fixa por estacionamento, ou seja, o motorista dá quanto quiser. Em geral, as pessoas dão desde moedas até notas de R$ 2,00 ou R$ 5,00, conforme o tipo de freguês. Além de guardar os carros, ele também presta um serviço de lavagem de carros, cobrando R$ 10,00 por lavagem, que é o único serviço com taxa fixa. Não sei de onde ele tira a água para lavar os carros, mas, provavelmente, de alguma torneira de uma das duas empresas que possuem sede no quarteirão que faz parte de sua jurisdição.

Conheço o Nelson há 10 anos, desde quando ele se estabeceu como guardador de carros em frente ao meu local de trabalho. Mas ele chamou-me mesmo a atenção um dia em que uma mulher apareceu no "seu local de trabalho" com duas meninas beirando os 04 anos de idade, cobrando pensão alimentícia atrasada. Após uma pequena discussão, e diante da negativa de levar algum dinheiro, a mulher subiu em um caixote e começou a gritar, fazendo um discurso em frente ao prédio da minha empresa, que deve ter umas 300 pessoas como espectadoras, blasfemiando todo o tipo de impropérios contra ele. Quando ela faz isso, para acalmá-la, ele sempre dá um dinheiro a ela, fazendo com que ela pare de gritar e vá embora. Teve uma vez que, inclusive, ela chamou a Brigada Militar (Polícia Militar do RS), a qual levou o Nelson preso, pois a mulher havia alegado que ele a tinha ameaçado com uma faca. Não sei se o Nelson a ameaçou mesmo, pois a faca que ele usa é uma faquinha pequena dessas de serrina, que ele usa para descascar frutas, coisa que eu por diversas vezes presenciei. Enfim, acho que ele já aprendeu a lição, pois faz muitos anos que ela não vai lá dar seu espetáculo gratuito para seus quase 300 espectadores. As duas filhinhas dele hoje estão com 08 e 06 anos, e são vistas pelo menos um dia da semana com ele, provavelmente, seu dia de visitas. As meninas são educadinhas, pois sempre a partir das 17h30min, que é o horário de término da jornada de trabalho da minha empresa, ficam no portão de saída dizendo para as pessoas: - Boa noite e bom descanso.

Um grande número de pessoas, além de dar o dinheiro do dia pela guarda dos carros, ajuda o Nelson e as meninas com roupas usadas e material escolar. Uma vez, uma das meninas ficou na minha volta, em frente a minha empresa, me pedindo dinheiro, quando foi repreendida pelo pai, que lhe disse: - Se tu ficares incomodando as pessoas, ninguém vai te dar nada na vida. Aquilo deixou-me pensando o que ele ensina para suas filhas. Na verdade, ele ensina o que ele pratica e acredita. Fiquei pensando se seria benéfico as pessoas darem dinheiro e roupas para o Nelson. Já escrevi em outro post sobre minha opinião de ser contra dar esmolas. Mas afinal de contas, o Nelson de alguma forma trabalha e merece ser recompensado pelo seu trabalho. Mas será que ele encara, realmente, aquilo como trabalho?

Não sei quanto o Nelson ganha, mas ele é visto todos os dias tomando cerveja após o expediente, em bares próximos dali, bem como almoça frequentemente no mesmo restaurante em que os funcionários da minha empresa almoçam. Um dia, saindo do almoço, vi ele recostando-se em uma cadeira dessas de lona, tipo "preguiçosa", para tirar uma "sesta". Passei por ele, quando o mesmo estava se acomodando na cadeira, e perguntei: - Ué, dormindo em horário de trabalho? E ele respondeu: - Estou em meu horário de almoço, e além do mais eu não tenho patrão, pois sou dono do meu próprio negócio. E eu tive que escutar essa calado, pois ele tinha toda a razão.

Certa vez, esperando um táxi na frente da minha empresa, para fazer um deslocamento em um serviço externo, conversei com o Nelson. Na ocasião, ele me disse que antes de ter seu "negócio próprio", trabalhou em uma metalúrgica com carteira assinada, na função de Auxiliar de Torneiro Mecânico, mas que como empregado ele ganhava muito pouco, quando comparado com o seu "próprio negócio". Disse-me na ocasião, que hoje ele mora em uma casinha modesta, em uma vila popular de Porto Alegre. Quando perguntei-lhe se ele morava sozinho, ele me disse que sim, e disse: - Aproveito a vida ao máximo, e nunca estou sozinho, pois sempre levo um corpinho diferente para casa.

Já vi, também, o Nelson ter um caso, apesar do seu jeito meio "maloqueiro", com uma estagiária, coisa mais linda, da empresa em que trabalho. Quando vi, não acreditei! Mas, várias vezes vi os dois abraçados e se beijando. Apesar de sua condição, o Nelson deve ter um bom papo com as mulheres.

Esse é o Nelson, um guardador de carros ou "flanelinha", que não declara imposto de renda, que não tem férias para não perder seu ponto, que teve dois "casamentos", que paga pensão alimentícia para duas filhas, e que vive a sua vida honestamente. Será um típico trabalhador ou empresário brasileiro?