segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O sonho de um amigo navegador.


Vejo as pessoas falarem de suas viagens. Viajar, realmente, é maravilhoso. Ver paisagens novas, coisas novas, e pessoas novas, tudo isso renova a nossa vida.

Confesso que passei a gostar de viajar a passeio de uns anos para cá, pois sempre viajei muito a trabalho, e viajar sempre foi sinônimo de trabalho. Eu achava que era um dinheiro posto fora, pois ficavam só as lembranças, e você não tinha como recuperar esse investimento, pelo menos de uma forma tangível. Mas as pessoas mudam, e eu também mudei radicalmente minha opinião.

Planejo fazer muitos roteiros interessantes, e já tenho uma lista enorme deles. Muitos, com certeza, será com pessoas especiais, pois uma viagem passa a ter um significado diferente quando se está com as pessoas certas, na hora certa, no lugar certo. Assim, a viagem passa a ser um link na memória, e lembraremos dessas pessoas para sempre, e tudo será inesquecível para nós. Até mesmo na cidade em que vivemos, lugares ficarão imortalizados e terão um significado diferente, quando tivermos tido momentos inesquecíveis com uma pessoa especial, nesses lugares.

Existe uma infinidade de lugares no mundo e culturas diferentes para se conhecer. Alguns comuns, que a história e a mídia imortalizaram, e outros poucos comuns. Admito que os lugares pouco comuns me fascinam muito, ou seja, aqueles que poucas pessoas conhecem. Mas viajar, seja para onde for, faz bem para a alma de qualquer pessoa.

Gosto muito de ouvir histórias de viagens. Vejo como há uma diversidade enorme de opiniões sobre os lugares visitados. Alguns gostam de um determinado lugar, e outros decepcionam-se com os mesmos lugares. Tudo depende da pessoa que está viajando, da companhia, e do significado daquela viagem para nossas vidas. Já vi muitas pessoas dizerem que se decepcionaram ao visitarem o arquipélago de Fernando de Noronha, por exemplo. E outras, simplesmente, amaram. Onde está a diferença? Claro que não é em Fernando de Noronha, mas, sim, nas pessoas, no momento em que elas estão vivendo, e, principalmente, no olhar de cada um. Acho que aqueles que não gostaram do arquipélago, é porque planejaram mal a viagem. Alguns amigos que aproveitaram esta viagem na sua totalidade me contaram que somente 20% da beleza da ilha está na superfície, pois os outros 80% da sua beleza está no fundo do mar. Dizem que mergulhar na ilha é uma experiência indescritível. No local, a ilha tem toda uma infraestrutura para mergulho, equipamento, filmam e fotografam seu mergulho, bem como seu contato com a natureza, e que possui uma beleza sem igual. Entre outras aventuras que pretendo fazer, mergulhar é um sonho que eu tenho, e que vou realizar qualquer hora dessas. Já ouvi falar de outros lugares como Parati no Rio de Janeiro, ou das ilhas gregas, que também são paraísos submarinos, em que a beleza submersa é tão ou mais linda que a beleza na superfície.

Mas o queria contar hoje, nessa mesa de bar, é sobre uma viagem inusitada que um amigo e ex colega de empresa está fazendo, bem como a maneira pela qual nos encontramos, quando ele me contou da sua viagem, o que foi muito interessante. Eu estava caminhando pelo centro de Porto Alegre, e nos cruzamos, casualmente. Fazia três meses que ele estava aposentado, e disse que estava em viagem. Como ele poderia estar em viagem, se nos encontrávamos naquele momento? Imediatamente, convidei-o para tomar um café e me contar essa história.

Esse colega fez uma linda carreira na empresa em que eu trabalho. Trabalhamos juntos na engenharia, pois ele é arquiteto e eu engenheiro. Em sua trajetória profissional, chegou a ser Diretor de Tecnologia. Aposentou-se moço, e teve mais de um casamento. Em nenhum dos casamentos teve filhos. Antes de aposentar-se, teve seu último e mais recente casamento, da qual nasceu seu primeiro filho, um gurizinho, que sempre foi o seu sonho. Ele sempre gostou de velejar, e alguns anos atrás comprou um veleiro. Um barco grande, que possui uma cabine confortável, um pequeno apartamento de um dormitório. Pois bem, durante uns 5 anos antes da aposentadoria, aprendeu a velejar e velejou bastante, sempre nas águas do Rio Guaíba, aqui em Porto Alegre, e nas águas da Lagoa do Patos no RS. Pegou alguma experiência em navegação, e já tinha planos pós aposentadoria de fazer a sua viagem de sonhos.

Sentamos no café, e ele começou a me contar essa história de viagem. Disse que depois de se aposentar, pegou a mulher e o filhinho, embarcou no veleiro, e zarpou pelo Rio Guaíba, cruzando a Lagoa dos Patos, e entrando no Oceano Atlântico, através do Porto de Rio Grande/RS. Inicialmente, a viagem não teve paradas, e navegou alguns dias pela costa gaúcha e catarinense, até Florianópolis em Santa Catarina. Sua primeira parada foi em Florianópolis, onde ancorou seu barco, abasteceu com mantimentos, e visitou as 42 praias da ilha, e assim ele está viajando. Disse-me que já está no litoral do Rio de Janeiro, com seu barco ancorado, e que o destino final é Fernando de Noronha, sendo que a viagem de volta vai ser mais cansativa, pois vai voltar direto, ou melhor, com poucas paradas, só para abastecer o barco com mantimentos. Ele já está há meses viajando, acordando em alto mar, ou ancorado em alguma praia diferente desse nosso lindo litoral. Que maravilha isso! Aí eu perguntei o que ele estava fazendo em Porto Alegre, então? E ele me respondeu que seguidamente vem à POA, pelo menos uma vez por mês. Deixa seu barco ancorado em alguma praia do Brasil, pega algumas roupas, a mulher e o filhinho, e voa para Porto Alegre, para ver como está sua casa, e pagar algumas contas. Disse, também, que vai ficar uns 2 anos nessa "vidinha difícil", pois quando seu filho tiver 5 anos terá que ir para o colégio.

Quanto ao custo de vida nessas condições, ele me disse que não é nada exorbitante, que o mais caro são as passagens aéreas, já que ele viaja uma vez por mês de alguma parte do Brasil para Porto Alegre. Na verdade, o custo da viagem é como se ele e sua família estivessem vivendo em Porto Alegre, já que ele carrega sua casa para os lugares por onde anda. O investimento inicial foi do veleiro, que também é acessível para qualquer mortal, sendo comparado ao custo de um carro intermediário. É só ter o sonho e priorizar investimentos.

Conversamos mais um pouco, e nos despedimos. Eu voltei à minha rotina de trabalho, e ele à sua merecida aposentadoria.

E tem gente que não sabe o que fazer quando se aposenta. Claro que, quem não tem uma aposentadoria complementar, e tem que viver com a miséria do INSS na aposentadoria, já tem outra realidade. Mas isso valeria, quem sabe, um outro post.

Boa sorte, JR! Continue aproveitando bem o resto da sua vida, e boa viagem, meu amigo navegador!


P.S.: Para quem quiser acompanhar a viagem do meu amigo navegador, ele está fazendo um Diário de Bordo em forma de blog.

Acesse: http://veleiroeasygoing.blogspot.com

sábado, 6 de novembro de 2010

Tudo é falta de tempo?


Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas aos meus amigos da blogsfera, que já são tantos, pela minha ausência do BAR DOS NAVEGADORES. São tantas demosnstrações de carinho que tenho recebido, através de comentários e e-mails, de amigos que sentem a minha ausência do BAR. A estes gostaria de agradecer, profundamente. É para vocês que escrevo sempre, pois é muito gostoso saber que você está no pensamento de alguém, mesmo à distância. É uma amizade fantástica e, mesmo ausente do blog, gostaria de dizer que cada um de vocês é muito especial para mim.

Tenho, realmente, sentido um pouco a falta de tempo, mas a falta de postagens fez-me refletir sobre esse assunto tão simples e comum a todos: a falta de tempo.

O tempo é o único bem que é dado a todos igualmente, porém, essa administração depende de cada um. Por isso, não aceito desculpas de falta de tempo, nem de mim mesmo, nem das outras pessoas, pois tudo é uma questão de prioridade. Você prioriza algumas coisas em detrimento de outras. Quando uma pessoa dá a desculpa que não teve tempo de fazer algo, que não foi àquele encontro com os amigos, ou que não tem tempo de assumir um determinado compromisso, o que ela está lhe dizendo, na verdade, é que ela tem outras prioridades.

Mas, é impressionante como as pessoas costumam, ainda, usar a falta de tempo como a desculpa mais esfarrapada do mundo para todas as situações, sem dar-se conta que estão dizendo para outra pessoa que não fizeram determinada coisa, porque priorizaram outras.

O tempo não é a melhor desculpa, ou melhor, é a pior desculpa do mundo.

Posso dizer para vocês que minha vida anda muita corrida, mesmo. Estou fazendo minha segunda especialização, e mais dois cursos, simultaneamente. Trabalho 8 horas por dia, e ainda tenho que que fazer trabalhos desses cursos. Estou priorizando essas coisas? É claro que estou, e nem por isso vou dizer que não tenho tido tempo para escrever. E pensando sobre essas coisas, passei a refletir o porquê não estava escrevendo mais no blog, se estava priorizando outras coisas em detrimento do BAR DOS NAVEGADORES, e cheguei a uma simples conclusão: vocês, meus amigos, são muito importantes para mim, e minha ausência não se dá por falta de tempo. Com vocês tenho compartilhado textos e lido idéias muito legais, além da amizade que temos feito e cultivado, e que para mim independe da minha presença ou não aqui na blogsfera. A verdade é que ando meio sem assunto, sem inspiração, e não que não tenham acontecido coisas interessantes para compartilhar, mas não sei ainda por que está ocorrendo essa falta de inspiração para escrever. Talvez, muito de vocês que tem blog saibam do que eu estou falando, pois já vi muitos de meus amigos blogueiros passarem pela mesma situação. Até escritores famosos, que tem obrigação de escrever uma coluna diária ou semanal, tem esse problema, por que nós não o teríamos?

Mas enfim, meus amigos! Eu quero agradecer a cada um de vocês por fazerem parte da minha vida, por sentirem a minha falta, e dizer a todos que vocês são muito especiais, e que não tenho aparecido por falta de inspiração, de uma certa introspecção, mesmo, que vocês, meus amigos, são prioridade para mim, e que não tenho aparecido por algum motivo que ainda não consegui identificar, precisamente. Estou bem, estou preparando o futuro, e quero dizer que sinto muita falta de vocês, também, mas aprendi a respeitar os meus momentos.

Esse BAR DOS NAVEGADORES é muito especial para mim, por causa de vocês.

Um abraço a todos os meus melhores amigos: os meus amigos blogueiros...