domingo, 31 de maio de 2009

Um homem iluminado chamado R.M.



Às vezes, existem pessoas que chamam muito a minha atenção, pessoas a qual eu conheço muito, pouco, e muitas vezes nem as conheço, mas que se fazem notar.

Hoje, vou escrever sobre uma dessas pessoas, a qual vou me referir pelas suas iniciais, por razões óbvias.

R.M. é um colega, engenheiro eletrecista, muito inteligente, um excelente profissional, casado, pai de dois filhos lindos, e uma pessoa de bom coração. Aliás, todo o ser humano tem seu lado bom e seu lado ruim, mas nunca conheci o lado ruim de R.M, até porque meu relacionamento com ele sempre foi muito mais profissional do que pessoal. Ele é dessas pessoas que os outros em geral chamam de carola ou de fanático religioso, pois é visto a todo momento com uma Bíblia Sagrada na mão, e seu assunto se resume basicamente à religião. Em qualquer papo ele cita um versículo da Bíblia e tenta doutrinar seu interlocutor. É uma pessoa de poucos amigos, e é visto frequentemente isolado lendo a Bíblia, mesmo no seu local de trabalho.

No mural do corredor, no nosso local de trabalho, sempre tem uma mensagem de fé e esperança colocada por ele, e no seu carro tem um adesivo no vidro que diz: PROPRIEDADE DE JESUS.

Já tive oportunidade de fazer alguns trabalhos com ele na engenharia, e lembro-me que sempre que saímos de uma obra juntos, ele me dizia para eu esperar um pouco lá fora, e voltava para o interior da obra para distribuir "santinhos" com mensagens para os peões. De uma certa forma, é o seu trabalho de envagenlização.

As pessoas, em geral, não gostam de viajar à trabalho com ele, pois seu papo, como já disse, se resume a religião, sempre tentando converter as pessoas. Eu particularmente gosto, pois entendo que ele tem um alto grau de conhecimento sobre o assunto, e respeito todas as religiões que são sérias. Sua igreja é evangélica e Batista, e parece-me uma igreja séria.

Acho que pelo fato de respeitá-lo e escutá-lo sempre com um certo interesse, ele tem a esperança de um dia converter-me à sua igreja. Para isso, já tentou inúmeras abordagens, as quais eu sempre consegui me sair bem, sutilmente e com muita delicadeza. Um dia, por exemplo, ele queria que eu fizesse um trabalho de engenharia para ele, um laudo sobre uma estrutura do prédio da sua igreja, mas teria que ser no sábado pela manhã, antes do horário do culto, para que eu já ficasse no culto. Dei uma desculpa, e acabei fazendo o trabalho para ele, mas em outro horário. Sempre me saí de uma forma sutil para ser educado. Como já disse, apesar de ser católico, respeito todas as religiões sérias e que fazem um trabalho social bonito.

Eu comecei a admirar R.M quando descobri um dos trabalhos sociais que ele realizava. Todos nós temos uma hora de almoço, e as pessoas sempre almoçam em pequenos grupos. R.M almoça sempre sozinho, em 30 minutos, geralmente um sanduíche para não perder muito tempo, e os 30 minutos restantes, todos os dias, sai com sua Bíblia na mão, que já está bem surradinha de tanto manuseio e leitura, e vai visitar as pessoas doentes, aquelas que geralmente estão em estado terminal, em dois hospitais próximos dali. Isso ele faz, religiosamente, todos os dias.

Acho esse trabalho fantástico, pois ele leva um pouco de conforto espiritual àqueles que não tem mais esperança e ninguém que os visite. Que trabalho maravilhoso! Me sinto um ser insignificante perto daquele homem.

Todos os dias, em uma pequena escada de três degraus que leva a um portão de ferro que acessa a um jardim de recuo do prédio da empresa, fica sentando um mendigo, daqueles todo esfarrapado, barbudo, tão sujo que a pele chega a ser morena, apesar de ser um homem branco. Geralmente, está dormindo com uns trapos, abraçado a uma garrafa pet, a qual eu desconfio que muitas vezes seja álcool puro. Nunca vi esse homem acordado, apesar de estar sempre respirando. Ele deve sobreviver graças a algumas almas iluminadas como R.M, que devem dar-lhe comida e até a cachaça, pois um homem nesse nível de alcoolismo necessita de cachaça para viver.

Recentemente, saí um pouco mais tarde do serviço, já havia anoitecido, e vi uma cena que, simplesmente, me deixou abismado. O mendigo estava acordado, e R.M. estava sentado ao seu lado, conversando com ele. Pensei no que R.M. deveria estar dizendo para aquele mendigo. Provavelmente, que existia um Deus que o amava muito e que ele tinha uma esperança na vida, enfim, estava dando uma palavra de conforto para sua alma.

Fiquei dias pensando sobre isso. Vi que ainda tenho muito que crescer espiritualmente. Que tenho que me aproximar mais de Deus e reavaliar minha vida, mais do que eu realmente imaginava. Que compaixão pelo próximo é algo tão lindo, que faz mais bem a você do que aos outros, e que você só consegue fazer um trabalho social assim ser tiver Deus no coração.

Às vezes, nos preocupamos com coisas tão pequenas, tão fúteis, com nossos orgulhos, como se fóssemos o centro do mundo, que nos esquecemos de ter amor e tentar compreender sequer as pessoas que nos amam verdadeiramente.

Eu sei que R.M. está em um outro estágio de crescimento espiritual, e que talvez eu e 90% das pessoas nunca iremos chegar a esse estágio.

Mas exemplos assim, é que nos devem inspirar para sermos seres humanos melhores.

Como dizia um professor de Cálculo Infinitesimal na faculdade de engenharia da U.F.R.G.S, após encher a lousa como uma complicada demonstração matemática: "EMBARAÇA PELA SIMPLICIDADE".

A felicidade deve ser assim: "É TÃO SIMPLES QUE A ACHAMOS MUITO COMPLICADA".

O mundo precisa de mais pessoas como R.M.

Um restaurante caseiro.


Um dia desses eu estava conversando com um colega de trabalho, durante um intervalo para o cafezinho, sobre um restaurante que eu conheci há muito tempo atrás, em uma das minhas inúmeras viagens a serviço ao interior do Estado do RS. Esse meu colega é uma pessoa muito viajada, principalmente ao que se refere ao interior do Estado, muito mais viajado do que eu. Era próximo do meio-dia e fazia muito frio em Porto Alegre, por isso deve ter sido inevitável a lembrança daquele restaurante, a qual ele também conhecia.

Ao lado da cidade de Santa Cruz do Sul, há 160 Km de Porto Alegre, existe uma cidadezinha muito pequena chamada Vera Cruz. Para quem não conhece o RS, a cidade de Santa Cruz do Sul é de colonização alemã e grande plantadora de fumo para fabricação de tabaco. Aliás, as maiores fabricas de cigarro do Brasil como a Souza Cruz e Phillip Moris localizam-se em Santa Cruz do Sul. A cidadezinha de Vera Cruz, apesar de ser muito pequena, quase que um vilarejo, deve ter uma arrecadação muito alta, pois algumas fábricas de cigarros também localizam-se lá. A cidade de Vera Cruz está situada ao lado de Santa Cruz.

Mas voltando ao restaurante de Vera Cruz a qual me referia, é um estabelecimento inusitado, porém, muito agradável e de uma comidinha caseira excelente. Conheci esse restaurante em uma certa viagem àquela região, e acabei chegando lá levado por um colega, motorista da empresa em que trabalho, que na ocasião dirigia um carro da própria empresa, conduzindo-me na viagem.

O restaurante é estabelecido em uma casa grande, com cara de residência, e você só identifica que é um restaurante por uma pequena identificação na fachada da casa. Você entra pela garagem da casa, onde já encontram-se algumas mesas, e mais no interior do prédio você encontra um ambiente muito amplo com dois enormes fogões a lenha no centro do salão. Nos fogões à lenha existem panelas com a comida quente. Em uma mesa próxima aos fogões existe um buffet de saladas, e em outra, um buffet de sobremesas. O grande charme do restaurante é que você se serve no fogão e diretamente nas panelas, que constantemente são repostas com comida pronta, nova e quentina. Na verdade, os fogões do buffet são só para manter a comidinha quente, que já está pronta, além de aquecer muito o ambiente em dias de muito frio.

Lá você encontrará uma comidinha simples como aquela que seria preparada no dia a dia da sua casa. Você se sente como se estivesse almoçando no aconchego de um lar. A comida é deliciosa e muito saborosa. É um ambiente muito charmoso e aconchegante, que dá ao local um certo ar de intimidade.

Isso me faz lembrar quando você vai almoçar na casa de alguém, como visita, e é convidado a servir-se diretamente nas panelas em cima do fogão. Para algumas pessoas pode parecer um certo descaso do anfitrião da casa, que sequer se dá ao trabalho de colocar uma mesa bem posta para você, ou que não quer sujar mais louça, pois teria que colocar a comida em pratos ou travessas. Não é qualquer anfitrião que tem tamanha habilidade para quebrar formalidades. Mas existem pessoas muito sensíveis e especiais que conseguem fazer você se sentir, realmente, muito a vontade, como se você estivesse em sua própria casa, usando essa técnica.

Eu não sou especialista em etiqueta, por isso não vou descrever sobre o assunto, mas posso tentar explicar o meu sentimento pessoal.

Tudo depende da relação do anfitrião com a "visita", que deve ser uma relação de muita intimidade. O anfitrião deverá sempre estar junto na cozinha quando todos vão se servir, pelo menos quando vão se servir pela primeira vez, pois isso facilita para que a visita se sinta mais a vontade, acabando com toda e qualquer formalidade que ainda possa existir.

Acho isso divino, porém, poucas pessoas sabem receber tão bem, conseguindo deixar suas visitas tão a vontade assim, sentindo-se como se estivessem em sua própria casa. A única coisa que eu particularmente não gosto, é de comer com o prato na mão, principalmente se tiver uma carne para cortar. Mas se não tiver outro jeito, eu cortaria a carne antes, apoiando o prato em algum balcão, só para manter o glamour de intimidade.

Me sinto honrado quando o dono ou dona da casa me proporciona essa oportunidade de me servir diretamente nas panelas do fogão. Das poucas vezes que fui agraciado com essa intimidade, sempre me senti muito a vontade e completamente em casa. Talvez, muitas pessoas devam se sentir assim como eu me sinto, por isso aquele restaurante em Vera Cruz faz tanto sucesso e está sempre cheio de gente. Sempre que estou naquela região, programo-me para almoçar lá.

Já conheci muitos restaurantes tradicionais que servem comidinha caseira, mas essa foi a primeira vez que conheci um restaurante caseiro que serve comidinha caseira.

Mais íntimo e gostoso que isso, só que não é para qualquer pessoa, é comer pizza na cama....rs.

Um sorriso da natureza.


NÃO SEI SE É MONTAGEM,
MAS SE FOI REAL DEVERIA RECEBER UM PRÊMIO.




sexta-feira, 29 de maio de 2009

Uma piada que virou reflexão.


Essa história me foi passada como piada, mas fez-me refletir muito.

Um turista havia viajado a uma terra linda e muito distante. Entre muitas pessoas, fez amizade com um velho sábio, que um dia lhe convidou para ir a sua casa. Pela sabedoria do velho, o turista imaginou que o sábio morasse numa casa, no mínimo, grande e muito confortável. Quando chegou à casa do sábio, o turista viu que o velho sábio morava em um quarto muito pequeno, úmido, que possuia somente uma cama, um pequeno guarda-roupas, e uma mesa com duas cadeiras. Então, o turista peguntou: - Por que o senhor sendo tão sábio mora em um quarto tão pequeno e com tão poucas coisas? E o sábio respondeu: - E você? Onde estão estão as suas coisas aqui nessa cidade? O turista respondeu: - Mas eu sou turista e estou aqui só de passagem. Então, o sábio retrucou: - Eu também estou somente de passagem.

Isso me fez refletir, talvez tardiamente, que estamos somente de passagem nessa vida, e que não iremos levar coisas materiais dela, e sim boas lembranças dos momentos felizes que vivemos.

Que nunca é tarde para reavaliarmos a nossa vida. Que nunca é tarde para nos redescobrirmos, nos reiventarmos, começarmos de novo, encontrando a nós mesmos.

Vou continuar lutando sempre muito por essas coisas. Peço todos os dias a Deus que me ilumine, para que eu encontre ou reencontre alguém muito especial, pois só assim viverei feliz e em paz.

Esse alguém existe ou deve existir, pois em vários momentos da minha vida eu já experimentei essa tal felicidade. Como diz Jacques Lacan: " Cada encontro é um reencontro consigo mesmo".

Se você já é feliz, viva intensamente e agradeça a Deus todos os dias por isso, pois você é um afortunado. Se ainda não o é, procure descobrir-se.

Nada acontece por acaso nessa vida, e todas as pessoas que cruzam o nosso caminho deixam, no mínimo, um legado para sermos melhores do que já fomos um dia. Até mesmo aquelas que um dia nos causaram dor, ou que um dia tentaram nos diminuir ou nos julgar, nos contituem hoje.

Eu sempre gostei muito de rosas. Sempre gostei de presentear com rosas. A rosa é uma flor linda e especial, mas também tem espinhos, e sua beleza não fica diminuída se nos ferimos com seu caule.

Nunca perca a esperança e continue crescendo sempre, pois um dia alguém me disse:

"NÃO HÁ CRESCIMENTO SEM DOR, E O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR."


segunda-feira, 25 de maio de 2009

É sempre bom lembrar...


"Se nos preocuparmos tão somente em julgar as pessoas, não teremos tempo para amá-las."


Madre Teresa de Calcutá

sábado, 23 de maio de 2009

Bíblia Gaudéria - Os causo das Escritura.


Pois não sei se já les contei os causo das Escritura Sagrada. Se não les contei, les conto agora. A história essa é meio comprida, mas vale a pena contá por causa dos revertério.

De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do Paraíso por tomá banho pelado numa sanga. Naqueles tempo, esse mundaréu todo era um pasto só sem dono, onde não tinha nem dele nem meu. O primeiro índio a botá cerca de arame farpado foi um tal de Abel. Mas nem chegou a estendê o primêro fio porque levou um pontaço nos peito do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão.

O Caim, entonces, ameaçado de processo feio, se bandeou pro Uruguay. Deixou o filho dele, um tal de Noé, tomando conta da estância. A estância essa ficava nas barranca de uma corredêra e o Noé, uns ano despois, pegou uma enchente muito feia pela frente.. Côsa munto séria...

Caiu água uma barbaridade !!! Caiu tanta água que tinha até índio pescando jundiá em cima de cerro. O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se largou nas correnteza, o índio velho. A enchente era tão braba que quando o Noé se deu conta a balsa tava atolada num banhado chamado Delúvio. Foi aí que um tal de Moisés varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atolêro.

Bueno, aí com aquele despropósito, as família ficaram amiga. A filha mais velha do Noé se casou-se com o filho mais novo do Moisés e os dois foram morá numa estância muito linda, chamada estância da Babilônica.

Bueno, tavam as família ali, tomando mate no galpão, quando se chegou um correntino chamado Golias, com mais uns trinta castelhano do lado dele. Abriram a acordeona e quiseram obrigá as prenda a dançá uma milonga. Foi quando os velho, que eram de muito respeito, se queimaram e deu-se o entrevêro.

Peleia braba, seu. O correntino Golias, na voz de vamos, já se foi e degolou de um talho só o Noé e o velho Moisés. E já tava largando planchaço em cima do mulherio quando um piazito carretêro, de seus dez ano e pico, chamado Davi, largou um bodocaço no meio da testa do infeliz que não teve nem graça. Foi me acudam e tou morto.

Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhano. Dois que tinham desrespeitado as prenda foram degolado com o lado cego do facão. Foi uma sangüêra danada. Tanto que até hoje aquele capão é chamado de Mar Vermelho.

Mas entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão. Homem de cabelo nas venta, o major Salomão. Nem lhes conto! Um dia o índio tava sesteando quando duas velha se bateram em cima dum guri de seus seis ano que tava vendendo pastel. O major Salomão, muito chegado ao piazito, passou a mão no facão e de um talho só cortou as velha em dois. Esse é o muito falado causo do Perjuízo de Salomão que contam por aí.

Mas, por essas estimativas, o major Salomão, o que tinha de brabo tinha de mulherengo. Eta índio bueno, seu. Onde boleava a perna, já deixava filho feito. E como vivia boleando a perna, teve filho que Deus nos livre. E tudo com a cara dele, que era pra não havê discordânça.

Só que quando Deus Nosso Senhor quer, até égua véia nega estribo... Logo a filha das predileção do major Salomão, a tal de Maria Madalena, fugiu da estância e foi sê china de bolicho. Uma vergonhêra pra família! Mas ela puxou a mãe, que era uma paraguaia meio gaudéria que nunca tomô jeito na vida.

O pobre do major Salomão se matou-se de sentimento, com uma pistola Eclesiaste de dois cano. Mas, vejam como é a vida. Pois essa mesma Maria Madalena se casou-se três ano despois com um tal de coronel Ponciano Pilatos. Foi ele que tirou ela da vida..

Eu conheço uns três causo do mesmo feitio e nem um deles deu certo. Como dizia muito bem o finado meu pai, mulher quando toma mate em muita bomba, nunca mais se acostuma com uma só. Mas nesses contraproducente, até que houve uma contrapartida.

O coronel Ponciano Pilatos e a Maria Madalena tiveram doze filho, os tal de apósto, que são muito conhecido pelas caridade que fizeram. Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada de Maria Madalena, que despois foi santa muito afamada. A tal da Santa Ceia.

Pois era uns tempo muito mal definido. Andava uma seca braba pelos campo. São José e a Virge Maria tinham perdido todo o gado e só tavam com uma mula branca no potrêro, chamada Samaritana. Um rico animal, criado em casa, que só faltava falá. Pois tiveram que se desfazê do pobre...

E como as desgraça quando vem, já vem de braço dado, foi bem aí que estouraram as revolução. Os maragato, chefiado por uma tal de coronel Jordão, acamparam na entrada da Vila. Só não entraram porque tava lá um destacamento comandado pelo tenente Lázo, aquele mesmo que por duas vez foi dado por morto.

Mas aí um cabo dos provisório, um tal de cabo Judas, se passou-se pros maragato e já se veio uns tal de Romano, que tavam numas várzea, e ocuparam a Vila. Nosso Senhor foi preso pra ser degolado por um preto muito forte e muito feio chamado Calvário.

Pois vejam como é a vida. Esse mesmo preto Calvário, degolador muito mal afamado, era filho da velha Palestina, que tinha sido cozinhêra da Virge Maria. Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato ..

Mas entonces botaram Nosso Senhor na cadeia, junto com dois abigeatário, um tal de João Batista e o primo dele, Heródio dos Reis. Os dois tinham peleado por causo de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padre, monsenhor Caifás e o cônego Atanásio.

Mas aí veio uma força da Brigada, comandada pelo coronel Jesus Além, que era meio parente do homem por parte de mãe e com ele veio mais três corpo de provisório e se pegaram com os maragato. Foi a peleia mais feia que se tem conhecimento. Foi quarenta dia e quarenta noite de bala e bala. Morreu três santo na luta: São Lucas, São João e São Marco. São Mateus ficou três mês morre não morre, mas teve umas atenuante a favor e salvou-se, o índio véio...

Nosso Senhor pegou três balaço, um em cada mão e um que varou os pé de lado a lado. Ainda levou mais um pontaço do mais velho dos Romano, o César Romano, na altura das costela. Ferimento muito feio que Nosso Senhor curou tomando vinagre na sexta-feira da paxão...

Mas aí, Nosso Senhor se desiludiu-se dos home, subiu na Cruz, disse adeus pros amigo e se mandou-se de volta pro Céu. Mas deixou os dez mandamento, que são cinco e que se pode muito bem acolherá em dois:

- Não se mata home pelas costa,

- Nem se cobiça mulher dos ôtro pela frente.

sábado, 16 de maio de 2009

Saudade


"...Saudade é amar um passado que ainda não passou,

É recusar um presente que nos machuca,

É não ver o futuro que nos convida..."



Pablo Neruda

Sobre a vírgula.


Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
Coloque a vírgula na frase a seguir :

"SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA."

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Hierarquia Empresarial.


OBSERVAÇÃO DO BAR DOS NAVEGADORES:


O correto é ASSESSORES. A piada é razoável, mas o português é péssimo....rsrsrs...

Assaltos em várias regiões do Brasil.



ASSALTANTE BAIANO

Ô meu rei..... ( pausa )
Isso é um assalto... ( longa pausa )
Levanta os braços, mas não se avexe não.. ( outra pausa )
Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado ...
Vai passando a grana, bem devagarinho ( pausa pra pausa )
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado.
Não esquenta, meu irmãozinho, ( pausa )
Vou deixar teus documentos na encruzilhada .


ASSALTANTE MINEIRO
Ô sô, prestenção
issé um assarto, uai.
Levantus braço e fica ketin quié mió procê..
Esse trem na minha mão tá chein de bala...
Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje.
Vai andano, uai ! Tá esperano o quê, sô?!


ASSALTANTE CARIOCA
Aí, perdeu, mermão
Seguiiiinnte, bicho
Tu te fu. Isso é um assalto .
Passa a grana e levanta os braços rapá .
Não fica de caô que eu te passo o cerol....
Vai andando e se olhar pra tras vira presunto


ASSALTANTE PAULISTA
Pô, meu ...
Isso é um assalto, meu
Alevanta os braços, meu .
Passa a grana logo, meu
Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra
comprar o ingresso do jogo do Corintian, meu . Pô, se manda, meu


ASSALTANTE GAÚCHO
O gurí, ficas atento
Báh, isso é um assalto
Levanta os braços e te aquieta, tchê !
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê.
Passa as pilas prá cá ! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.


ASSALTANTE DE BRASíLIA
Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus, Imposto de renda, Lincenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS, COFINS...

Confissão de um Estagiário de Banco...


Fui demitido. Justa causa.

Como estagiário, aprendi milhões de coisas e fui muito bem sucedido nas minhas funções. Juro que não entendo o porquê de me demitirem... Eu tinha várias funções que fazia com excelência, entre elas:

1. Tirar xerox. 3.1 segundos por página.
2. Passar café.
3. Comprar cigarro e pão. 1 minuto e 27 segundos. Ida e volta. 4. Fazer jogos na Mega-Sena, Dupla-Sena, Lotofácil, Loteria Esportiva...

Eu era muito bom. Mesmo. Fazia tudo certinho, até que peguei uma certa confiança com o pessoal e resolvi fazer uma brincadeirinha inocente. É impressionante o nível de stress em um ambiente de trabalho. Quis dar uma amenizada na galera, deixar o povo feliz e fui recompensado com uma bela de uma demissão por justa causa. Puta sacanagem!

Vou contar toda minha rotina desse dia catastrófico.

Era quinta-feira, 26 de março, quando cheguei ao trabalho.

Nesse dia, passei na padaria no meio do caminho. Demonstrando muita proatividade, comprei pão e 3 Marlboro. Já queria ter na mão sem nem mesmo me pedirem. Quando abri a agência (sim, me deixam com a chave porque o pessoal só começa a chegar lá pelas 11h), já vi uma montanha de folhas para eu xerocar na minha mesa. Xeroquei tudo, fiz café e deixei tudo nos trinques (minha mãe que usa essa gíria.... rs).

Como tinha saído um pouco mais cedo no outro dia, deixaram um recado na minha mesa: "pegar o resultado da mega-sena na lotérica". Como tinha adiantado tudo, fui buscar o resultado. No meio do caminho, tive a idéia mais genial da minha vida e, consequentemente, a mais estúpida.

Peguei o resultado do jogo: 01/12/14/16/37/45. E o que fiz? Malandro que sou, peguei uns trocados e fiz uma aposta igual a essa. Joguei nos mesmos números, porque, na minha cabeça claro, minha brilhante ideia renderia boas risadas. Levei os 2 papeizinhos (o resultado do sorteio e minha aposta) para a agência novamente. Ainda ninguém tinha dado as caras. Como sabia onde o pessoal guardava os papeis das apostas, coloquei o jogo que fiz no meio do bolinho e deixei o papel do resultado à parte.

O pessoal foi chegando e quase ninguém deu bola pros jogos. Da minha mesa, eu ficava observando tudo, até que um cara, o Daniel, começou a conferir.Como eu realmente queria deixar o cara feliz, coloquei a aposta que fiz naquele dia por último do bolinho, que deveria ter umas 40 apostas.

Coitado, a cada volante que ele passava, eu notava a cara de desolação dele. Foi quando ele chegou ao último papel. Já quase dormindo em cima do papel,vi ele riscando 1, 2, 3, 4, 5, 6 números. Ele deu um pulo e conferiu de novo. Esfregou os olhos e conferiu de novo, hahahaha. Tava ridículo, mas eu tava me divertindo. Deu um toque no cara do lado, o Rogério, pra conferir também. Ele olhou, conferiu e gritou:

-"PUTA QUE PARRRRRRRRIUUUUUUUUUU, TAMO RICO, PORRA". Subiu na mesa, abaixou as calças e começou a fazer girocóptero com o pau.

Óbvio que isso gerou um burburinho em toda a agência e todo mundo veio ver o que estava acontecendo. Uns 20 caras faziam esse esquema de apostar conjuntamente. 8 deles, logo que souberam, não hesitaram: correram para o chefe e mandaram ele tomar bem no olho do cu e enfiar todas as planilhas do Excel na buce... da arrombada da mulher dele.

No meu canto, eu ria que nem um filho da puta. Todos parabenizando os ganhadores (leia-se: falsidade reinando, quero um pouco do seu dinheiro), com uns correndo pelados pela agência e outros sendo levados pela ambulância para o hospital devido às fortes dores no coração que sentiram com a notícia.

Como eu não conseguia parar de rir, uma vaquinha veio perguntar do que eu ria tanto. Eu disse:

- Puta merda, esse jogo que ele conferiu eu fiz hoje de manhã.

A vaca me fuzilou com os olhos e gritou que nem uma puta louca:

- "PAREEEEEEEEEEM TUDO, ESSE JOGO FOI UMA MENTIRA.UMA BRINCADEIRA DE MAU GOSTO DO ESTAGIÁÁÁÁÁÁÁRIO" Todos realmente pararam olhando pra ela. Alguns com cara de "quê?" e outros com cara de "ela tá brincando".

O cara que tava no bilhete na mão, cujo nome desconheço, olhou o papel e viu que a data do jogo era de 27/03. O silêncio tava absurdo e só eu continuava rindo. Ele só disse bem baixo:

- É...é de hoje.

Nesse momento, parei de rir, porque as expressões de felicidade mudaram para expressões de 'vou te matar'. Corri... corri tanto que nem quando eu estive com a maior caganeira do mundo eu consegui chegar tão rápido ao banheiro. Me tranquei por lá ao som de "estagiário filho da puta", "vou te matar" e "vou comer teu cu aqui mesmo". Essa última foi do peladão!

Eu realmente tinha conseguido o feito de deixar aquelas pessoas com corações vazios, cheios de nada, se sentirem feliz uma vez na vida. Deveriam me dar uma medalha por eu conseguir aquele feito inédito. Mas não... só tentaram me linxar e colocaram um carimbo gigante na minha carteira de trabalho de demissão por justa causa. Belos companheiros!

Pelo menos levei mais 8 neguinho comigo ! Quem manda serem mal educados com o chefe. Eu não tive culpa alguma na demissão deles. Pena que agora eles me juraram de morte...agora tô rindo de nervoso. Falei aqui em casa que fui demitido por corte de verba (consegui justificar dizendo que mandaram mais 8 embora, rs) e que as ligações que tenho recebido são meus amigos da faculdade passando trote. Eu supero isso, tenho certeza.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Demonstração Matemática.


Para poder entender essa demonstração é necessária uma matemática realmente avançada...

Divirtam-se...!!!

P.S.: Apesar de tudo, nós homens não sabemos viver sem elas...