sexta-feira, 10 de abril de 2009

Calar-se não é pecado.


Ouvir requer um processo de atenção constante, pois é muito mais complexo que o ato de escutar. Pra compreender o sentido dos sons que chegam aos nossos ouvidos é preciso ter percepção inteligência, interesse e, principalmente respeito pelo outro.

Há o tempo de falar e há o tempo de calar-se. E entre esse dois tempos deve prevalecer o equilíbrio entre dar e receber informações, verificando se houve real entendimento mútuo. Não fomos educados para ouvir, e isso emperra o processo comunicativo, favorecendo distorções e bloqueios.

Ouvir pode exigir dos mais ansiosos um esforço quase sobre-humano, pois é necessário que haja disciplina e organização de idéias (enquanto o outro fala, é preciso frear a imaginação, que normalmente voa para diversos lugares em poucos segundos). Ouvir pode também causar frustrações, ao descobrir-se que, muitas vezes, o interlocutor tem idéias bem mais interessantes que as nossas.

A harmonia entre o falar e o ouvir é o resultado de uma lapidação interna que pode conduzir ao autoconhecimento e à maturidade psíquica. É preciso não ter medo de calar-se. O silêncio não é um vácuo a ser preenchido por uma torrente frenética de palavras, mas é o tempo significado para se refletir sobre o que o interlocutor diz.

Saber ouvir facilita as relações interpessoais, tornando-as mais eficazes.

Algumas sugestões para aprimorar o ato de ouvir:

  • Saiba porque está ouvindo;
  • Crie um clima de interesse e receptividade;
  • Escute prestando atenção;
  • Concentre-se no assunto em questão;
  • Não interrompa o emissor;
  • Evite a ansiedade enquanto ouve;
  • Busque o estado de prontidão e não o de tensão;
  • Espere que o interlocutor conclua sua idéia;
  • Evite distrair-se com ruídos externos;
  • Utilize a empatia;
  • Ouça sem medo, sem precipitações e sem julgamentos preconceituosos;
  • Sempre que houver oportunidade, procure resumir numa frase tudo o que entendeu.

Quem finge saber ouvir engana o seu interlocutor e transforma a possibilidade de comunicação em uma farsa.

Ouvir é bem um ato de civilidade e educação, que facilita uma comunicação autêntica e legítima, uma liderança mais democrática, contribuindo para o surgimento de ações mais sensatas e produtivas.

Vamos aprender a ouvir?

(por Eunice Mendes)

Um comentário:

  1. Gostei disso!!! Poucas pessoas realmente sabem ouvir... A maioria finge que ouve e ligue o piloto automático...rs

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