sexta-feira, 30 de abril de 2010

Devemos perceber que somos felizes.


Hoje não fui trabalhar. Aproveitei a tarde para ir ao centro da cidade, pois tinha que resolver algumas coisas por lá, e a melhor maneira de ir ao centro é de ônibus, mesmo. No ônibus, não havia notado imediatamente, havia uma moça aparentando uns vinte e poucos anos, acompanhada de uma criança de uns 7 anos de idade, que deveria ser sua filha. A criança estava sentadinha em um cadeira de rodas, mais parecendo um carrinho de bebê gigante, junto à área destinada a deficientes, dentro do ônibus. A paralisia da criança deveria ser muito grande (tetraplegia), pois nas laterais da sua cabecinha havia dois apoios. O que me chamou mais a atenção era o sorriso que aquela criança sempre tinha nos lábios, bem como o carinho e a atenção dispensada a ela por aquela, que tudo indicava, seria sua mãe.

Na última parada antes de chegar ao final da linha, a mulher sinalizou para descer. O ônibus parou, o motorista abriu a porta do carro, o cobrador (trocador) rapidamente acionou a rampa de acesso, e mãe e filha puderam descer, com seu carrinho, com tranquilidade do ônibus. Justiça seja feita, mas em geral, os ônibus de Porto Alegre, além de estarem adaptados para o acesso de pessoas com deficiência, os dispositivos, que permitem a acessibilidade de deficientes, funcionam, e os "cobradores" (trocadores) estão, em geral, capacitados a operar esses dispositivos, pelo menos é o que pude constatar em todas as vezes em que presenciei essas situações.

Após descer, a mãe seguiu seu destino, empurrando o carrinho de sua filha, e eu pudia ver de dentro do ônibus que as duas estavam sorrindo em um dia ensolarado.

Aquela cena fez eu pensar no quanto Deus foi bondoso comigo, me dando uma filha linda, inteligente, cheia de vida, e perfeita, e o quanto a minha filha me traz alegria e felicidade. Pensei na dor daquela mulher em ter uma filha com limitações físicas, e quem sabe até mentais. Fiquei horas pensando e agradecendo a Deus pela minha filhinha.

Depois de algum tempo, consegui perceber que o sorriso daquela mãe deveria ser pelo quanto aquela criança deveria ser meiga, carinhosa, devendo corresponder às suas expectativas de mãe, pois, em geral, pessoas com deficiência aprimoram outras capacidades, principalmente, emocionais e espirituais, pois somos mais do que apenas um corpo físico, esse rótulo que nos aprisiona.

Cheguei em casa, abracei a minha filha, e agradeci a Deus por proporcionar-me tamanha felicidade e reflexão.

8 comentários:

  1. Seu blog realmente traz a sensação de estarmos navegando em mares virtuais...é tão bom estar aqui, sabia...Ler seu texto tão sensivel e sinsero.
    Tambem vou agora mesmo na cama da minha filha dar um beijo e fazer um carinho, com ela dormindo mesmo.
    Mas o melhor de tudo é encontrar pessoas super do bem como voce!
    Um grande beijo no seu coração
    T I N I N

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  2. Oi, Paulo, ótima reflexão... As nossas limitações, às vezes, são maiores do que as de uma pessoa deficiente. Atitudes grosseiras, prepotência, hipocrisia, são razões suficientes para nos tornar mais limitados do que essas pessoas.
    Temos, sim, que agradecer por nossos filhos... Eles são a razão maior da nossa alegria.

    Beijos pra ti e bom final de semana.

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  3. Somos muito mais que um corpo físico, Paulo. Somos Espírito e já nascemos com uma bagagem enorme. Beijos e fique com Deus.

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  4. Bom Dia!
    Pai lindo, e feliz.

    Deus por sua imensa misericórdia nos concedeu filhos lindos! você, a sua pequena, eu os meus 2 lindos, A Mulher do ônibus, com sua graciosa filhinha. Ainda que, c/ suas limitações apresentou alegrias e contagiou você. É um sentimento imutável que toma conta dos nossos
    corações. Fiquei, encantada! com o depoimento. Você naturalmente fez a leitura de vida, de uma criança e consequentemente da mãe, dona de incondicional amor conduzia esta criança.Isso se chama; Amor,carinho e sobretudo dedicação exclusiva. Esse é o mistério implacável da vida, conviver com as diferenças, chamo isso de capacidade para ser humildes frente as nossas limitações humanas.
    O portador de necessidade especial hj, é de certa forma, mais aceitável na sociedade pq houve mudança de paradigmas na educação especial melhorando o convívio, acessibilidade além disso, a inclusão do convívio c/qualidade de vida. É o direito de todo ser humano.
    Feliz estamos! já percebemos estas mudanças, como vc tão bem relatou.

    Um olhar de admiração ao excelente pai que certamente é.

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  5. Olá, Paulo.
    Bela narrativa.
    E fiquei contente ao saber dos onibus com acesso. Ótimo exemplo.

    beijos
    e quando puder...da uma sentada no divã..e pede uma gelada..

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  6. Olá Paulo, é verdade temos que enxergar nossa felicidade, nossos motivos para ser feliz. Quando a gente observa essas provações terríveis às quais os nossos semelhantes estão expostos a gente toma consciência da vida boa que Deus colocou em nossas mãos. E temos que agradecer. Não deve ser nada fácil enfrentar uma vida inteira, criar um filho com uma deficiência física ou mental, enfrentar doenças, enfim. É uma provação muito grande, mas são desígnios divinos e não tem remédio, tem que aceitar. É um mistério. A gente não sabe nada, a gente pensa que sabe... Beijo grande amigo, também faço coro contigo para agradecer as graças que recebemos. bjsss

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  7. Realmente...
    eu aprendi a agradecer todos os dias por respirar sozinha, por andar e fazer tudo sem depender de ninguém, deve ser muito doloroso!


    Agradeço agora tbm pela sua doce visita em meu blog, pelo elogio à tatuagem [uma das que tenho] e por tudo mais.

    Parabéns pelo seu blog lindo e de palavras encantadoras!

    Um Grande beijo querido, e uma ótima quarta!

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  8. Oi Paulo!
    As vezes precisamos nos deparar com tais situações para enxergarmos o quanto somos abençoados. Não que sejamos ingratos ou coisa assim, mas acostumados com a rotina da 'perfeição', nos esquecemos daqueles que têm limitações físicas, mentais, ...
    Algumas vezes já me peguei, assim como você, refletindo em tudo o que gratuitamente Deus tem me dado.
    Bjs.

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