quarta-feira, 21 de abril de 2010
O que devemos ensinar aos nossos filhos?
Tenho uma filha com 11 anos de idade que se chama Nathália. Uma menina linda, minha única filha, meu maior tesouro. Não é coisa de "Pai Coruja", mas minhas expectativas têm-se confirmado, pois tudo indica que vai ser uma mulher belíssima, não só pela beleza física, mas, principalmente, pela sua sabedoria e beleza interior. Minha única filha por reveses da vida.
Quando ela tinha mais ou menos 4 aninhos, eu a levava seguidamente a um parquinho perto de casa. Ela adorava andar de balanço, brincar com seus brinquedinhos na areia, e escorregar no escorregador, que por ser o único da praça, sempre foi muito concorrido, tanto que para subir a escada do mesmo formava-se uma grande fila de crianças.
Sempre que chegávamos ao parque, em geral aos domingos à tardinha, lá ia minha pequeninha correndo para garantir seu lugar na fila do escorregador. Dava uma peninha em vê-la esperar pacientemente sua vez, e eu a cuidava à distância, já que ela não gostava que eu ficasse ao seu lado, como quem já quisesse adquirir alguma independência.
Certa vez, notei que a fila do escorregador quase não andava, e constatei que um menino um pouquinho maior do que ela, após escorregar, voltava ao início da fila subindo a escada novamente, fazendo com que a fila não andasse. Fiquei admirado com aquela cena. Como podia um menino tão pequeno já querer levar vantagem sobre as outras crianças? Na segunda vez em que o menino furava a fila, vi que um homem sentado próximo a mim, ria e orgulhava-se da cena que seu filho protagonizava. Imediatamente, levantei-me indignado, e dirigi-me à escada do escorregador, impedindo que o menino continuasse passando à frente das outras crianças. Disse-lhe que existia uma fila e que ele deveria respeitá-la, e após a sua vez de escorregar ele deveria ir para o final da fila. Quando tomei a decisão de proceder dessa maneira, já esperava que o pai do menino viesse brigar comigo, ou no mínimo, chamar-me a atenção. Pelo contrário, o homem pegou seu filho pela mão, um tanto sem graça, e levou-o embora. Seu eu não tivesse tido essa atitude, provavelmente, o menino continuaria furando a fila do escorregador, insuflando o orgulho de seu papai, que estava todo orgulhoso achando que seu filho era muito esperto, pois conseguia levar vantagem sobre as outras crianças. Aquela criança não tinha culpa de nada, pois simplesmente deveria estar reproduzindo a falta de ética, desonestidade, e a falta de respeito com as outras pessoas, coisas que deveria aprender em casa com seu pai. O "homem" sabia que estava errado, tanto que que não me falou nada, muito menos ao seu filho. Então, eu me fiz a seguinte pergunta: Ensinando princípios éticos e de respeito às pessoas, não estaremos criando cordeirinhos a serem devorados por um bando de lobos?
Ao final da cena, depois que o "homem", ou porque não dizer "sem-vergonha", foi embora com seu pobre filho, outros pais vieram agradecer-me pela atitude, pois muitos disseram-me que não fariam nada para não se indispor com aquele "pai". Na maioria das vezes, os pais quando vêem uma cena dessas, ou quando seus filhos estão sendo lesados, tiram as crianças de cena. Eu preferi mostrar àquele "pai" e, principalmente, a minha filha, que essas safadezas devem ser enfrentadas, e que o correto deve sobrepor-se ao "jeitinho" ou a "lei de Gerson".
Lembro-me sempre dessa frase: "Não sei que mundo vou deixar para meus filhos, mas importa-me que filhos vou deixar a este mundo."
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Pois é, Paulo, a omissão das pessoas é que permite que muitas coisas acabem se acomodando e ficando do jeito que está. Se nos permitirmos estar à esquerda, com todo mundo, quando gostaríamos de estar à direita, realmente, não conquistaremos as expectativas coletivas nem as nossas próprias.
ResponderExcluirGostei muito da sua reflexão. Também tenho um filho, "de 13", e posso afirmar, como você, que ele é o maior tesouro. Acho que o único!
Bom estar aqui...
Beijos e bom feriado!
Bom dia!
ResponderExcluirMaravilhosa sua postagem.
Uma lição mesmo.
Tenho um filho de 12 anos, minha razão de viver, meu único tesouro, e ensino todos os valores, respeito, deveres, falo sobre preconceitos, tudo eu converso e explico como funciona na vida.
Acho que o pai do garoto, não deveria ter levado o filho embora, deveria ter dixado o menino aprender na prática que todos tem os mesmos direitos.
A sua atitude foi a melhor.
Espero que o pai do garoto tem explicado para o filho que não é assim que funciona.
Os pais estão aí para ensinar, guiar.
De um beijão na sua princesa por mim.
Tenha um ótimo feriado.
Bj
Você agiu da forma correta. Provavelmente, de uma próxima vez, esse pai pensará duas vezes antes de querer tirar algum tipo de vantagem sobre os outros. Paulo, sua filha Nathália é realmente linda e com certeza, vai lhe dar muitas alegrias na vida. Que Deus os abençoe sempre. Beijos e uma ótima semana.
ResponderExcluirOi,Paulo!
ResponderExcluirPrazer!tê-lo,aqui.Sejas bem vindo.
Fico feliz em saber que,ouviste o som desse coração.Aliás,demonstra por si só,que sabes também amar.Obrigada!por aqui visitar.
Sinta-se,sempre à vontade, quando quiseres aqui estar.
És,dono de um blog,com estilo e simpatia.
A propósito,a sua pequena, é um primor de; linda e delicada menina.
Parabéns!
Oi...
ResponderExcluirobrigada, seja bem vindo em meu blog também.
Gostei daqui, gostei dos temas abordados e com certeza, teremos muitas trocas nesse mundo virtual.
Um beeejo!bom final de semana
Olá Paulo!
ResponderExcluirVim agradecer pela visita, pelas lindas palavras que me tiraram lágrimas tocaram bem fundo em mim...
Volte sempre, vou segui-lo...
Bjs
Mila
OLÁ!
ResponderExcluirVim desejar que tenha u ótimo fim de semana iluminado.
Beijo carinhoso
LADY
Eu também agiria assim. Temos que ensinar as crianças, é nosso dever, não podemos nos furtar a isso. Certamente aquele pai também aprendeu a lição, ele deve ter ficado envergonhado. Espera-se né?
ResponderExcluirAbraço forte.